A mosca dos chifres e seus prejuízos ao rebanho

Como a mosca dos chifres influencia na produtividade do rebanho

Os ectoparasitas como a mosca dos chifres e carrapatos causam diversos prejuízos à bovinocultura, ocasionando perda de peso, danos a qualidade do couro, transmissão de agentes causadores de doenças, diminuição da libido dos touros, entre outros prejuízos (HONER & GOMES, 1992).  Embora o carrapato de bovinos seja o ectoparasita mais relevante nessa espécie, a mosca dos chifres é a mais difícil de erradicar no rebanho. Quando considerado as principais moscas que parasitam os bovinos, sendo elas a mosca dos chifres, a dos estábulos e a berneira, há prejuízos anuais superiores a 5 milhões de reais no Brasil (GRISI, L; LEITE, R.C; MARTINS, J.R. et al. 2013).

mosca dos chifres, cientificamente conhecida como Haematobia irritans, é uma mosca originária da Europa que chegou aqui no Brasil através da importação de gado de outros países (VALÉRIO; GUIMARÃES, 1983) e é atualmente a de maior impacto na pecuária nacional.

Ao infestar o animal, essa mosca dos chifres se concentra em regiões estratégicas, focando em áreas fora do alcance da cabeça e da cauda o que impossibilita o bovino de espantar a mosca. Além da preferência pelas regiões dorsolombar, cupim, abdômen e pernas, a mosca dos chifres possui predisposição pelos taurinos, animais de pelagem escura e machos inteiros. Os touros sofrem mais picadas em decorrência da maior atividade das glândulas produtoras de suor e os maiores níveis de testosterona (CHRISTENSEN; DOBSON, 1979).

O grande problema da mosca dos chifres é o fato de permanecer no animal praticamente 24 horas por dia, picando mais de 15 a 40 vezes nesse período. Embora seja uma mosca muito pequena, sua picada é altamente dolorida e possui características espoliativas, ou seja, há considerável perda de sangue em grandes infestações, resultando em alguns casos em anemia. A irritação causada é tão grande que compromete a alimentação e digestão do bovino parasitado, levando à queda na produtividade do animal e lucratividade do pecuarista.

Segundo estudos que evidenciam e quantificam as perdas causadas por este ectoparasita, um bovino que, se ao longo de um ano, estivesse infestado por 500 moscas, perderia 40kg de peso, sendo 3 kg em decorrência da espoliação sanguínea e o restante devido a anorexia provocada pela irritação da picada associada a energia gasta na tentativa de espantar o parasita (HONER;  GOMES, 1990). Já não bastasse isso, a mosca dos chifres também é vetor de outras doenças como a anaplasmose e tripanossomose, além de ser forético das larvas das moscas berneiras, outro relevante parasita de bovinos.

Combate e controle

Visto todo prejuízo causado por estes parasitas, temos que lançar mão de formas eficazes de combate e controle, sendo o controle químico o tratamento de eleição. Juntamente ao tratamento químico, o uso de estratégias de controle não-químico é desejável. Nesse sentido podemos citar como exemplo a preferência de uso de animais de sangue zebuíno em regiões endêmicas, devido a sua maior rusticidade e adaptabilidade (EMBRAPA, 2009).

No que se refere ao controle químico, o produtor em grande parte das vezes faz o uso de medicamentos antiparasitários, que embora seja uma forma eficaz de tratamento, quando feito de forma indiscriminada pode não promover o resultado esperado. O ideal é que se utilizem soluções antiparasitárias nas doses e intervalos preconizados de forma a se evitar o desenvolvimento de resistência de cepas ao composto usado (OLIVEIRA; AZEVEDO, 2002).

Embora existam várias moléculas diferentes no mercado, evidenciamos o uso das Abamectinas pour on, aquelas aplicadas de forma tópica sobre o dorso dos animais. A Abamectina faz parte do grupo das Avermectinas, moderna classe de Lactonas Macrocíclicas que ao longo dos anos vem demonstrando atividade eficaz contra endo e ectoparasitas como a mosca dos chifres. Essa classe promove bloqueio da transmissão neuro-muscular, havendo paralisia e consequentemente a morte do parasita (LASOTA; DYBAS, 1991; FISHER; MROZIK, 1984; WANG; PONG, 1982).

Como sugestão a J.A Saúde Animal sugere o uso de Frigoboi Facilite, antiparasitário à base de Abamectina pour on. Frigoboi Facilite alia alta eficácia no combate aos parasitas a praticidade no manejo e ao baixo período de carência na carne.

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Referências bibliográficas

CHRISTENSEN CM; DOBSON RC Efeitos do propionato de testosterona nas glândulas sebáceas e subseqüente atratividade de touros Angus e novilhos para chifre, Haematobia irritans (Diptera: Muscidae). Jornal da Sociedade Entomológica do Kansas, Lawrence, v. 52, n. 1, p. 386-391, 1979.

Embrapa. Surtos da Mosca-dos-estábulos, Stomoxys calcitrans, em Mato Grosso do Sul: Novo Problema para as Cadeias Produtivas da Carne e Sucroalcooleira? Documentos, Campo Grande, v. 1, n. 175, p.1-30, dez. 2009.

GRISI, L; LEITE, R. C.; MARTINS, J.R. ET AL. Perdas econômicas potenciais devido ao parasitismo em bovinos no Brasil. Salvador, 21 de novembro de 2013. Palestra mafna proferida no 40° Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária.

HONER, M. R.; GOMES, A. O manejo integrado da mosca-dos-chifres, berne, carrapato em gado de corte. Campo Grande: EMBRAPA-CNPGC, 1990. 60 p.

OLIVEIRA, A. A., AZEVEDO, H. C. Resistência do carrapato Boophilus microplus a carrapaticidas em bovinos de leite na região dos tabuleiros costeiros de Sergipe. Revista Científica Rural, Bagé, v. 7, n. 2, p. 64-71, jun. 2002.

VALÉRIO, J. R.; GUIMARÃES, J. R. Sobre a ocorrência de uma nova praga, Haematobia irritans (L.) (Diptera, Muscidae) no Brasil. Revista Brasileira de Zoologia, São Paulo, v. 1, n. 4, p. 417-418, 1983.

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