Adenite equina (Garrotilho)

As doenças do aparelho respiratório apresentam grande relevância nos equinos, ocupando o segundo lugar dentre as doenças que ocorrem nesta espécie, ficando atrás somente daquelas que afetam o sistema músculo esquelético. O diagnóstico precoce e tratamento destas enfermidades é essencial para o rápido retorno do animal a sua atividade, além de prevenir complicações secundárias que possam atrapalhar definitivamente o desempenho animal (AINSWORTH & BILLER, 2000).

Uma das doenças respiratórias de maior importância nos equinos é a adenite equina, mais comumente conhecida como garrotilho. Essa é uma doença bacteriana, causada pela bactéria Streptococcus equi, que atinge o trato respiratório anterior de equinos e embora seja mais prevalente em animais jovens, acomete animais de todas as idades (SWEENEY, 1993; TIMONEYet al., 1997).

É caracterizada por processo inflamatório mucopurulento do trato respiratório superior de equinos (WILKENS, 1994; SCHILD, 2001). A letalidade da doença é baixa, correspondendo a apenas 10% dos casos (CHANTER et al., 2000). O período de incubação varia de 3 a 14 dias, manifestando os sinais clínicos de típicos de infecção(febre, apatia, anorexia), além de aumento de volume dos linfonodos (principalmente os submandibulares),secreção nasal, dificuldade em se alimentar e respirar, posição de pescoço estendido devido a dor na região da faringe/laringe, entre outros (TIMONEY; MUKHTAR, 1993).

O curso da doença é em torno de 2 a 4 semanas, com recuperação espontânea da maioria dos animais após a drenagem do conteúdo dos abscessos (SCHILD, 2001). O contato nasal/oral direto é a principal forma de transmissão, sendo possível também a transmissão por fômites e insetos (TIMONEY, 1993).

 

É importante que façamos a prevenção através do uso da vacina contra o agente Streptococcus equi inativado ou atenuado (PRESCOTT; WRIGHT,2000;WALKER; TIMONEY, 2002) e através de medidas profiláticas que impeçam o contato de animais saudáveis com animais e instrumentos infectados.

Na maioria dos casos, quando infectado, o animal apresenta apenas aumento dos linfonodos, com formação de abscessos e rápida resolução da enfermidade (TIMONEY, 1993). Entretanto em casos que o animal apresenta sinais clínicos sistêmicos como febre, apatia e alterações no hemograma, é essencial que se faça um tratamento terapêutico efetivo. O tratamento também pode ser feito àqueles animais em risco de contrair a doença, durante o período de exposição ao agente (MORAES, et al.).

Segundo Prescott e Wright (2000), o Streptococcus Equi é sensível a alguns antimicrobianos, dentre eles destacamos a penicilina e a estreptomicina. A sugestão da J.A Saúde Animal para o tratamento da adenite equina é o uso de Diclopen 10 milhões, antimicrobiano de alta eficácia a base de penicilina potássica e procaína associada a estreptomicina e anti-inflamatório. Em casos agudos e superagudos indicamos o Gentopen, associação de Penicilina Potássica com Gentamicina, sendo a única penicilina intravenosa do mercado.

 

Autores:

M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – Materiais técnicos – J.A Saúde Animal

Prof. Dr. José Abdo Andrade Hellu – Responsável técnico – J.A Saúde Animal

 

 

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

AINSWORTH, D.M.; BILLER, D.S. Sistema respiratório. In:REED, S.M.;BAYLY, W.M. Medicina interna eqüina. RiodeJaneiro: Guanabara Koogan, 2000. p.229-230.

 

SWEENEY, C.R. Streptococcus equi. In: SMITH, B.P. Tratadode medicina interna de grandes animais.São Paulo:Manole, 1993. p.531-533

 

TIMONEY, J.F. et al. Comparison of the sequences andfunctions of Streptococcus equiM-like proteins SeM and SzPSe.
Infection and Immunity, n.65, p.3600-3605, 1997.

 

CHANTER, N.; TALBOT, N.C.; NEWTON, J.R.; HEWSON , D.;VERHEYEN, K. Streptococcus equiwith truncated Mproteins isolated fromoutwardly healthy horses.Microbiology, n.146, p.1361-1369, 2000SCHILD, A.L. Infecção por Streptococcus equi. In: RIETCORREA, F. et al. Doenças de ruminantes e eqüinos.SãoPaulo: Varela, 2001. p.265-269.

 

WILKENS, C.A. Strangles. In:COETZER, J.A.W.; THOMSON , G.R.;TUSTIN, R.C. (Eds.). Infectious diseases of livestock – With
special reference to Southern Africa
Oxford: OxfordUniversity Press, 1994. v.2, Chap. 149, p.1248-125.

 

TIMONEY, J.F.; MUKHTAR, M.M. The protective M proteins ofthe equine group Cstreptococci.VeterinaryMicrobiology, v.37, p.389-395, 1993.

 

PRESCOTT, J.; WRIGHT, T.B. Strangles in horses. 2000.Ontario – Ministry ofAgriculture and Food.Acessado em08/06/2017. On line. Disponível em: http://www.stranglesinhorse.html

 

MORAES, Carina Martins de et al. Adenite equina: sua etiologia, diagnóstico e controle. Ciência Rural, Santa Maria, v. 39, n. 6, p.1944-1952, set. 2009. Disponívelem: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-84782009000600050>. Acesso em: 08 jun. 2017.

Você também pode gostar…