Alternativas para prevenção e tratamento da Mastite Ambiental

A Mastite, uma das enfermidades mais comuns e prejudiciais ao rebanho de  bovinos leiteiros, representa um desafio significativo para a pecuária brasileira. Caracterizada pela inflamação das glândulas mamárias, essa doença afeta não apenas a saúde individual das vacas, mas também tem um impacto significativo na produtividade e na rentabilidade dos sistemas de produção. No Brasil, país reconhecido como um dos principais produtores mundiais de leite, a Mastite é motivo de preocupação devido aos impactos causados na saúde, no bem-estar animal e consequentemente na qualidade e na quantidade do leite produzido. A doença pode ser causada por microrganismos contagiosos ou ambientais, levando em consideração principalmente a forma de transmissão. Nesse artigo, o foco é a Mastite Ambiental.

O que é a Mastite Ambiental?

A Mastite Ambiental é aquela causada por microrganismos que estão presentes no ambiente, seja no barro, no esterco ou até mesmo na água, e que se multiplicam assim que acessam o úbere da vaca. Ou seja, a transmissão acontece após o contato dos tetos com esses locais contaminados ou pode ocorrer através do equipamento de ordenha contaminado. Os agentes causadores são considerados oportunistas, dentre eles, é possível destacar: Coliformes (Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp.); Estreptococos ambientais (Strep. uberis, Strep. dysgalactiae, Strep. canis) e Enterococcus spp. Os animais acometidos geralmente apresentam sinais clínicos com gravidade variável, de acordo com a capacidade da resposta imune. É muito comum observar a presença de dor local, inflamação, febre, desidratação, fraqueza e perda de apetite. O diagnóstico pode ser obtido pelo teste da caneca telada ou de fundo preto, que precisa ser feito periodicamente a fim de que se observe se há ou não a presença de grumos nos primeiros jatos de leite. A existência desses grumos indica que há acúmulo de leucócitos (células de defesa), portanto, trata-se de um caso clínico de Mastite (WALCHER, 2011; SANTOS; FONSECA, 2019, MULLER, 2002).                                                                                         

    

Formas de prevenção da Mastite Ambiental

Em linhas gerais, a principal abordagem para controlar a mastite causada por agentes ambientais consiste em minimizar a exposição dos tetos ao ambiente, principalmente na maternidade e nas instalações destinadas às vacas secas. Além disso, é fundamental seguir uma rotina de ordenha cuidadosa para prevenir e controlar a Mastite Ambiental. Para isso, é crucial realizar o pré-dipping de maneira adequada, utilizando produtos de alta qualidade e respeitando o tempo necessário para sua eficácia na eliminação de patógenos. É essencial garantir que os tetos das vacas estejam limpos e secos antes da aplicação do equipamento de ordenha.

Outras medidas complementares incluem o pós-dipping com soluções concentradas e de boa aderência, a redução da densidade populacional nas áreas de alojamento das vacas em lactação, a manutenção regular dos equipamentos de ordenha, o fornecimento de uma nutrição mineral e vitamínica adequada, a aplicação de selantes nos tetos durante o período de secagem, e a vacinação (SANTOS; FONSECA, 2019). Além disso, é crucial garantir uma alimentação de qualidade para manter as vacas em pé por mais tempo após a ordenha, por pelo menos 30 minutos, impedindo que se deitem em ambientes contaminados antes que ocorra o fechamento adequado dos esfíncteres dos tetos.

Tratamento da Mastite Ambiental

Considerando o perigo representado pela enfermidade, que possui características septicêmicas, o tratamento da Mastite Ambiental deve ser iniciado de imediato. Recomenda-se o uso de doses elevadas de antimicrobianos de amplo espectro, em intervalos curtos, administrados por via intravenosa. Simultaneamente, o tratamento de suporte se faz necessário, envolvendo a administração de anti-inflamatórios, além de suplementos hidroeletrolíticos, minerais e energéticos.

Nesse contexto, uma opção antimicrobiana de destaque fornecida pela JA Saúde Animal é o Gentopen, que combina Benzilpenicilina Potássica e Sulfato de Gentamicina. Esse medicamento é indicado para tratar infecções agudas e superagudas, como é o caso da Mastite Ambiental. A recomendação é administrar um frasco para um animal adulto de cerca de 500 kg a cada 12 horas, seja por via intravenosa ou intramuscular, por pelo menos 3 dias. Para reduzir a inflamação, a dor, a febre e prevenir a ocorrência de toxemia, pode-se complementar o tratamento com um anti-inflamatório antiendotóxico, como o Flunixin Meglumine (Flumax), na dosagem de 2mL/45 kg, durante três dias, por via intramuscular, conforme orientação do Médico Veterinário.

Como suporte adicional, recomenda-se o uso do Glicoton B12, composto por Glicose 50% e Vitamina B12. Com uma elevada concentração de glicose em sua composição, o Glicoton B12 proporciona uma reposição energética mais eficaz. Além disso, a presença da Vitamina B12 em sua fórmula auxilia no estímulo do apetite do animal. Este produto deve ser administrado por via intravenosa, uma vez ao dia, por até quatro dias, sob a supervisão do Médico Veterinário.

Por fim, pode ser oferecido ao animal o Drench JA, um suplemento mineral, energético e probiótico, composto por Propionato de Cálcio, que auxilia na reposição de glicose, além de ser fonte de cálcio e outros eletrólitos, o que contribui para a reposição eletrolítica e para a hidratação. Sem contar que o Drech JA auxilia na saúde ruminal e atua como estimulante do sistema imunológico. Para administração do produto é preciso dissolver 1kg em 30 litros de água (preferencialmente morna) e aplicar via sonda no animal. Esse procedimento deverá ser feito cautelosamente, sob orientação de um profissional treinado. Para outras orientações consulte um Médico Veterinário e para outras informações sobre os nossos produtos, visite o nosso site!

Texto: Juliana Melo (Médica Veterinária e Jornalista)

Referências Bibliográficas

MÜLLER, E.E. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção da mastite. In: SANTOS, G.T.; JOBIM, C.C.; DAMASCENO, J.C. Sul-Leite: Simpósio sobre sustentabilidade de pecuária leiteira na região sul do Brasil, Anais… Maringá: UEM/CCA/DZO- NUPEL, p. 206 – 217, 2002.

SANTOS, Marcos Veiga dos; FONSECA, Luis Fernando Laranja da. Controle da mastite e qualidade do leite: desafios e soluções. . São Paulo: Edição dos autores. . Acesso em: 03 jul. 2023. , 2019.

WALCHER, Ubirajara. Mastite Bovina. Porto Alegre. 2011. Disponível em: https://lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/72423/000851326.pdf. Acesso em: 06 fev. 2024.

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