Berne: como controlar e evitar prejuízos na criação dos bovinos

Ectoparasito responsável por provocar queda na produção de carne e leite, além da desvalorização do couro dos animais, saiba como preveni-lo!

Introdução

Uma doença parasitária causada pela larva da mosca Dermatobia hominis, o berne ou dermatobiose produz uma miíase cutânea que compromete a pele dos animais, prejudica a produção de leite, diminui o ganho de peso, provocando importantes perdas econômicas. A ocorrência é mais comum em regiões de dias quentes, noites frias, com bons índices pluviométricos, com presença de vegetação densa e muitos animais. É uma afecção considerada como endêmica em diversas regiões do Brasil (SANTOS; ALESSI, 2017).

Vale destacar que chegam a US$ 0,38 bilhões as perdas anuais relacionadas a Dermatobia hominis no Brasil, prejudicando a produtividade e o rendimento dos bovinos (GRISI et al., 2014). Além disso, o país deixa de produzir cerca de 26 milhões de arrobas de carne e 4 bilhões de litros de leite ao ano por conta de parasitoses, o resultado é um prejuízo de R$ 2,24 bilhões (MARTINEZ et al., 2004).

Ciclo Biológico

O ciclo biológico da Dermatobia hominis é complexo e inicia-se quando as larvas são depositadas no tecido subcutâneo do bovino (geralmente nas regiões dos membros anteriores, na barbela e no dorso) e começam a se alimentarem do tecido vivo (afinal não é preciso ter uma ferida aberta para que elas se instalem). Ali as larvas se desenvolvem por 53 dias, depois caem no chão e transformam-se em pupa. Entre 22 e 67 dias essa pupa se abre e sai a mosca adulta, que após 24 horas já consegue copular. Por fim, o ciclo recomeça quando a mosca adulta captura uma mosca veiculadora para levar seus ovos e pousar no bovino.

Sinais Clínicos

Quando o berne penetra no tecido subcutâneo do hospedeiro, permanece no ponto de entrada, abrindo um pequeno orifício pelo qual realiza a respiração. Nesse local observa-se então uma reação inflamatória com produção de pus e outros tipos de exsudato (BANEGAS et al., 1967; RONCALLI, 1984). Posteriormente, sete dias depois da penetração da larva no tecido subcutâneo, um furúnculo de aproximadamente 1 cm de diâmetro já é perceptível no local, podendo chegar a 3 cm de diâmetro quando a L3 completa seu desenvolvimento (BARBOSA et al., 2002).

Como controlar e prevenir?

É importante que seja feito um controle estratégico com base no ciclo biológico do parasito e na sua sazonalidade. Nesse sentido, de acordo com sua sazonalidade, a Dermatobiose deve ser controlada nos meses mais quentes do ano, o que também vale para a mosca-dos-chifres e coincide com o período de crescimento da população de carrapatos. Assim, tem sido recomendado nos últimos anos, o controle integrado dos parasitos afinal, as drogas ou suas associações possuem ação contra carrapatos, berne ou mosca-dos-chifres e até mesmo contra verminoses. Outras medidas preventivas estão relacionadas com boas práticas de manejo, incluindo rotação de pastagens, limpeza adequada de instalações, oferta de dieta equilibrada, separação dos animais por categorias e uso correto dos medicamentos (VIDOTTO, 2002).

A JA Saúde Animal disponibiliza em seu portfólio o Tira-Berne, um parasiticida (inseticida e acaricida) indicado para bovinos de corte e leite, de ação sistêmica, com alta eficácia e com menor tempo de carência por não se acumular no organismo e ser eliminado rapidamente pela urina (não deixando resíduos na carne dos animais). Além disso, o medicamento possui boa margem de segurança sendo altamente seguro nas dosagens indicados na bula. É usado para o combate de berne, sarna, piolho e bicheira em bovinos. Para outras informações sobre modo de uso e dosagem acesse nosso site!

 

 

Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária – JA Saúde Animal

 

Referências

BANEGAS, A. D.; MOURIER, H.; GRAHAM, O. H. Laboratory Colonization of Dermatobia hominis (Diptera: Cuterebridae). Ann. Entomol. Soc. Am., [s. l.], v.60, p.511-4, 1967.

 

GRISI, L.; LEITE, R. C.; MARTINS, J. R. D. S.; BARROS, A. T. M. D.; ANDREOTTI, R.; CANÇADO, P. H. D.; LEÓN, A. A. P.; VILLELA, H. S. Reassessment of the potential economic impact of cattle parasites in Brazil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.23, n.2, p.150-156, 2014.

 

MARTINEZ, M. L.; SILVA, M. V. G. B.; MACHADO, M. A.; TEODORO, R. L.; VERNEQUE, R. S. A biologia molecular como aliada no combate aos carrapatos. In: V Simpósio da Sociedade Brasileira de Melhoramento Animal, 2004, Pirassununga – SP. Anais. Pirassununga: SBMA, 5p.

 

RONCALLI, R. A. The Biology and the Control of Dermatobia hominis, the Tropical Warble-Fly of Latin America. Prev. Vet. Med., [s. l.], v.2, p.569-78, 1984.

 

VIDOTTO, O. Estratégias de combate aos principais parasitas que afetam os bovinos. Anais do Sul- Leite: Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil / editores Geraldo Tadeu dos Santos et al. – Maringá: UEM/CCA/DZO – NUPEL. pp.192-212, 2012.

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