Conheça alguns detalhes sobre a doença e cinco importantes condutas a serem aplicadas na rotina dos rebanhos visando o controle e a prevenção. Confira a seguir!
O que é a mastite?
A mastite é um processo inflamatório da glândula mamária das vacas, muito comum nas propriedades leiteiras, responsável por uma série de prejuízos econômicos. Conforme estudo, cada vaca acometida por mastite no rebanho, pode acarretar a perda anual de aproximadamente US$ 200,00 (o que equivale a R$ 1.041,56) (CASSOL, 2010). Geralmente, 70% desse valor corresponde à queda na produção leiteira nos casos de mastite subclínica; 14% ao descarte precoce ou morte das vacas doentes; 8% à perda do leite devido ao descarte por alterações ou pela presença de resíduos de antimicrobianos pós-tratamento das vacas e por fim, outros 8% estão relacionados aos gastos com atendimentos veterinários e medicações (COSTA, 1998; PERES NETO; ZAPPA, 2011).
Formas de classificação da mastite
A mastite pode ser classificada como mastite clínica ou mastite subclínica. A mastite clínica apresenta sinais clínicos visíveis e pode ser dividida em 3 graus, dependendo da gravidade da infecção (SILVA E MOTA, 2019):
- Mastite subaguda ou mastite de grau 1: quando a vaca só apresenta alterações visíveis no leite como a formação de grumos (coágulos) e mudança de coloração.
- Mastite aguda ou mastite de grau 2: a vaca apresenta alterações tanto no leite quanto sinais de inflamação no úbere como vermelhidão, edema, dor, calor.
- Mastite superaguda ou mastite de grau 3: a vaca apresenta alterações no leite, na glândula mamária e alterações sistêmicas como febre, apatia e anorexia.
Em contrapartida, quando ocorre mastite subclínica, a vaca não apresenta sinais visíveis de inflamação, sendo os mais comuns a diminuição da produção leiteira e aumento da CCS (contagem de células somáticas), que significa aumento das células de defesa na glândula mamária, caracterizando a presença de uma infecção ativa.
Outra forma de classificação da mastite é quanto aos patógenos causadores que são divididos em duas categorias: espécies contagiosas ou ambientais, variando de acordo com a forma de transmissão e a fonte de infecção. Denomina-se como mastite contagiosa aquela em que a transmissão acontece de vaca para vaca no momento da ordenha, sendo os principais agentes responsáveis as bactérias Staphylococcus aureus e Streptococcus agalactiae. Geralmente, nesse tipo de mastite os agentes envolvidos são mais adaptados à vaca, por isso causam infecções persistentes e sem sintomas clínicos graves, ou até de forma subclínica.
Em contrapartida a mastite ambiental é aquela em que a vaca é infectada por microrganismos oriundos do ambiente, como por exemplo a bactéria Escherichia coli. Nesse caso, a doença é causada por agentes oportunistas, havendo uma maior ocorrência de casos clínicos graves e superagudos.
Controle a mastite aplicando 5 práticas importantes
É muito importante ter o controle como foco, por isso, destacam-se 5 recomendações fundamentais na rotina das fazendas leiteiras (MENDONÇA et al., 2012):
1) Realizar a desinfecção dos tetos antes da ordenha (pré-dipping) para eliminar bactérias oriundas do ambiente e após a ordenha (pós-dipping), a fim de combater as bactérias contagiosas, transmitidas de vaca para vaca pelas mãos do ordenhador ou pela ordenhadeira.
2) Fornecer alimentação para as vacas após a ordenha, o que favorece o fechamento dos esfíncteres dos tetos, evitando assim que elas se deitem com essas estruturas abertas e haja uma contaminação.
3) Buscar diagnóstico rápido e eficaz com os testes da caneca de fundo preto (ou telada) e o California Mastits Test (CMT). O teste da caneca de fundo preto deve ser feito diariamente em todas as vacas no momento da ordenha, depositando no recipiente os três primeiros jatos de leite de cada teto e observando em seguida se há presença de grumos. Esse teste auxilia no diagnóstico precoce para que a vaca seja tratada o mais rápido possível e não seja uma fonte de infecção no rebanho, prevenindo o aparecimento da mastite nas vacas sadias. Já o California Mastits Test (CMT) é uma ótima ferramenta para identificar os casos de infecções subclínicas, desta forma, a partir de seu resultado as vacas mais jovens e sadias são ordenhadas primeiro com o objetivo de evitar a disseminação da doença, formando a chamada “linha de ordenha”.
4) Fazer o uso correto e a manutenção periódica dos equipamentos de ordenha, sendo ideal que as teteiras sejam trocadas ao contabilizar 2.500 ordenhas ou a cada seis meses, além da higienização periódica de todo o equipamento de ordenha.
5) Separar e tratar vacas que apresentem alterações no leite, realizando terapia antimicrobiana, definida a depender do grau de mastite e do agente envolvido na infecção.
Soluções JA Saúde Animal no tratamento das mastites!
Como citado acima, o tratamento da mastite irá depender do grau da infecção e do agente envolvido, portanto destaca-se a importância do correto diagnóstico para o estabelecimento da melhor conduta terapêutica. A JA Saúde Animal apresenta um portfólio completo de medicamentos intramamários e injetáveis destinados ao combate e controle da doença. Para o tratamento da mastite durante o período da lactação, destacamos os seguintes produtos:
- Mastite Clínica VL, uma associação intramamária de Amoxicilina, Clavulanato de Potássio e Predinisolona, de amplo espectro e intensa ação bactericida, indicado no combate aos principais microrganismos da mastite clínica. Dentre suas vantagens, o produto apresenta baixo período de carência, de apenas 60 horas para o leite, formulação diferenciada (com presença de anti-inflamatório esteroidal). Mastite Clínica VL pode ser utilizado em diversas situações como na terapia de Staphylococcus aureus e Staphylococcus não aureus. Como as Staphylococcus spp. são bactérias que se localizam no parênquima da glândula mamária, o tratamento destes casos é mais desafiador, sendo necessário um antimicrobiano de formulação mais completa. O uso da terapia estendida e a associação de antimicrobianos injetáveis, aumentam as chances de eficácia no tratamento destes agentes. O Diclotril, antimicrobiano injetável à base de Enrofloxacina e Diclofenaco é um exemplo de medicamento que pode ser indicado junto à terapia intramamária, apresentando excelente sinergia no tratamento das mastites causadas por agentes de difícil tratamento.
- Mastclin é um antimicrobiano intramamário composto por Cefoperazone (cefalosporina de 3ª geração), um bactericida de amplo espectro, que elimina ampla variedade de bactérias gram-negativas e gram-positivas. Apresenta alta eficácia contra os Streptococcus spp., destacando ainda seu excelente resultado no tratamento da mastite por Streptococcus agalactiae. Por esta ser uma espécie de bactéria que coloniza porções mais distais da glândula mamária como os ductos e cisterna da glândula e do teto, apresenta alta sensibilidade ao tratamento com intramamários, principalmente da classe dos beta-lactâmicos (como é o caso do Mastclin). É um produto que apresenta excelente custo-benefício dentro do portfólio da JA.
- Gentopen 20 Milhões é uma associação bactericida de antimicrobianos, composta por Benzilpenicilina Potássica e Sulfato de Gentamicina. Esta associação apresenta excelente sinergia, sendo indicada principalmente para o tratamento de mastites superagudas (de grau 3), quando há comprometimento sistêmico e necessidade de tratamento imediato com antimicrobiano eficaz e em alta concentração. Gentopen 20 Milhões é a única penicilina do mercado com indicação intravenosa, agindo em apenas alguns minutos após a aplicação.
Para conferir as sugestões completas de tratamento das Mastites, a JA Saúde Animal disponibiliza o e-book “Mastites: controle e tratamento”. Para outras informações clique aqui e confira!
Texto:
Juliana Ferreira Melo
Médica Veterinária / Jornalista
Referências
CASSOL, D. M. S.; SANDOVAL, G. A. F.; PERICOLE, J. J.; GIL, P. C. N.; MARSON, F. A. Introdução agentes da mastite diagnóstico e tratamento. A Hora Veterinária, São Paulo, a. 29, n. 175, maio/jun. 2010. Disponível em: http://www.ourofinovet.com.br/portal/files/espaco_veterinario/HV175- MastitebovinaDaniela.pdf. Acesso em: 20 ago. 2010.
COSTA, E. O. Importância da mastite na produção leiteira do país. Revista da Educação Continuada do CRMV-SP, São Paulo, v. 1, p. 3-7, 1998.
MENDONÇA, L. C.; GUIMARAES, A. S.; BRITO, M. A. V. P. e. Juiz de Fora: EMBRAPA, 2012. (EMBRAPA. Comunicado técnico, 66).
PERES NETO, F.; ZAPPA,V. Mastite em vacas leiteiras. Revista Cientifica Eletrônica de Medicina Veterinária, Graça, SP, a. 9, n. 16, 2011.
SILVA, Amanda Thaís Ferreira; MOTA, Rinaldo Aparecido. Mastite: perguntas e respostas – 1. ed. – Recife: EDUFRPE, 2019. 58 p.: il.