O Riphicefalus Boophilus microplus é conhecido popularmente como carrapato de bovinos e é um ectoparasita hematófago originário da Ásia, encontrando-se também em outros lugares do mundo, como América, África e Oceania (PEARSON et. al 1986). O parasitismo decorrente desse parasita causa diversos prejuízos, tanto por ação direta, quanto por ação indireta. Os prejuízos diretos são aqueles causados primariamente pelo carrapato, como a espoliação sanguínea, prurido, irritação, quedas no peso e na produção dos animais, entre outros sintomas.  Já os prejuízos indiretos são aqueles compreendidos por doenças que usam desse parasita como vetor, como o complexo Tristeza Parasitária Bovina (TPB), além de todos os outros prejuízos decorrentes ao parasitismo, como aquisição de medicamentos, morte de animais etc. (FURLONG, 2003).

A epidemiologia das parasitoses é influenciada de acordo com a região, sendo que em praticamente todo país, com exceção do sul, as condições de temperatura e umidade permitem a sobrevivência e desenvolvimento dos carrapatos o ano todo. Entretanto, a época em que os carrapatos estão mais sensíveis é no período mais quente do ano, pois há maior dessecação desses parasitas (FURLONG, 2003).

Conhecendo as características epidemiológicas de cada região, devemos lançar mão de um controle estratégico de parasitas, que consiste na concentração dos tratamentos na época de maior eficácia terapêutica, de forma que as infestações e a população de carrapatos permaneçam em níveis aceitáveis mesmo fora da época de tratamentos. No Brasil Central por exemplo, recomenda-se as primeiras aplicações dos antiparasitários entre os meses de setembro e outubro, assim que for avistado os primeiros carrapatos nos animais. Adicionalmente pode ser feito uma aplicação de reforço por volta do mês de abril, a depender do grau de infestação do animal (MAGALHÃES, 1989; FURLONG, 2003).

De modo geral, se for feita pulverização com carrapaticidas, recomenda-se 5 a 7 banhos com intervalos de 21 dias. Quando se utiliza medicamentos da classe das Avermectinas (Lactonas Macrocíclicas), administradas via Pour on ou as injetáveis de alta concentração, indica-se de 4 a 5 tratamentos com intervalos de 36 dias. Avermectinas menos concentradas, como as Ivermectinas a 1%, indica-se 6 tratamentos com intervalos de 28 dias (PEREIRA et al., 2008; FURLONG, 2003).