Como previnir e tratar Pododermatites

As enfermidades podais em bovinos resultam em diversos prejuízos às fazendas, como o descarte prematuro de animais, redução da produção de leite, perda de peso, redução da fertilidade e os altos custos dos tratamentos (BORGES, 1998). A incidência dessas doenças é alta em países que exploram a atividade, podendo chegar de 11 a 25% em algumas regiões do Brasil (BORGES et al. 1992; DIAS, 1996).

Em contraste as laminites, as pododermatites necrosantes estão associadas a presença de infecções locais. Estudos mostram que o Dichelobacter nodosus e o Fusobacterium necrophorum são bactérias que estão relacionadas ao surgimento dessas afecções podais, que por consequência provocam diversas reações locais e sistêmicas (FRASER, 1991; SMITH, 1994; BORGES & MÁRSICO, 1995).

Os sinais clínicos manifestados pela enfermidade envolve a claudicação de intensidade variada, alteração de aprumo e postura, de forma a aliviar o peso no membro afetado, marcha com passadas mais curtas, inflamação local manifestada através de dor, edema, eritema, seguida de ulceração da epiderme, próximo a banda coronária (NOCEK, 1993; MORTELLARO et al. 1994; BERGSTEN, 1997; NICOLETTI, 2004).

Para o controle e prevenção das doenças podais, é necessário que a estrutura da propriedade permita que os animais se exercitem livremente, sobre piso firme, livre de material abrasivo e perfuro cortante, resultando em pequeno desgaste dos cascos e boa circulação sanguínea local. A drenagem de trechos barrentos e alagados, além do distanciamento adequado entre a área de alimentação e área de dormir, são estratégias que auxiliam na prevenção (BLOWEY,1992). O casqueamento periódico, bem como a realização de pedilúvio diário, que consiste no uso de Sulfato de Cobre e Formaldeído de 5 a 10%, alternadamente, na entrada ou saída da ordenha, diminui consideravelmente a incidência dessa enfermidade no rebanho (BLOWEY,1992; RADOSTITS et al.,1994).

Aqueles animais acometidos, mesmo após a realização de todas as estratégias de controle e prevenção, devem ser tratados com antimicrobianos eficazes na eliminação dos agentes infecciosos causadores dessa enfermidade. Segundo Riet-Correa et al. (2007), o princípio ativo que deve ser utilizado são as Penicilinas, antibiótico do grupo dos Beta Lactâmicos, com ação bactericida contra bactérias Gram-positivas e, em doses elevadas, atua também nas Gram-negativas. Adicionalmente é indicado o uso de anti-inflamatórios para a redução da inflamação e consequentemente redução da dor, edema e eritema local.

A sugestão da J.A Saúde Animal é o uso de Diclopen 10 Milhões, antimicrobiano de alta eficácia e ação rápida à base de Penicilinas Potássica, Procaína e Estreptomicina, associado ao Diclofenaco de Sódio, anti-inflamatório não esteroidal. Diclopen 10 Milhões alia eficácia no combate aos agentes infeciosos primários à ação anti-inflamatória do Diclofenaco de Sódio, promovendo alívio da dor, redução da inflamação local e consequentemente, retorno mais rápido do animal às suas atividades produtivas.

Autores:

M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – J.A Saúde Animal

 
 
 

Referencias

BORGES, N. C. Caracterização do fluido rumenal e dos parâmetros clínicos – laboratoriais de bovinos com pododermatite. 69 f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Escola de Veterinária, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 1998;

BORGES, J. R. J.; PITOMBO, C. A.; SANTIAGO, S. S.; RIBEIRO, P. N.; RONCONI, M. A. Incidência de afecções podais em bovinos leiteiros submetidos a diferentes sistemas de manejo. Arquivos da Escola de Medicina Veterinária da Universidade Federal da Bahia, v. 15, n. 1, p. 34-42, 1992;

MORTELLARO, C. M.; ROMUSSI, S.; SCAVIA, G. Preliminary report on the onset and evolution of digital skin disease in a group of 32 heifers. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON DISORDERS OF THE RUMINANT DIGITAND CONFERENCE ON BOVINE LAMENESS, 8., Proceedings … Banff, 1994. p. 171-179.

NOCEK, J. E. Hoof care for dairy cattle. Fort Atkison: W.D. Hoard & Company, 1993. 32p.

BERGSTEN, C. Infectious diseases of the digit. In: GREENOUGH, P. R.; WEAVER, D. A. Lameness in cattle. 3. ed. Philadelphia: W.B. Saunders, 1997. p. 96-100.

NICOLETTI, J. L. M. Manual de podologia bovina. Barueri: Manole, 2004. 125p.

BORGES, J.R., MÁRSICO, F. Podologia bovina. Niteroi: Universidade Federal Fluminense, 1995. p.45 (apostila).

FRASER, C. M. Manual Merck de veterinária. 6. ed. São Paulo: Roca, 1991. p.1.803.

SMITH, B. P. Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. São Paulo, Manole, v.2, 1994. p.1.738.

RIET-CORREA, F.; SCHILD, A.L.; MÉNDEZ, M.C.; LEMOS, R.A.A. Doenças de Ruminantes e Equinos – 2 Edição, 2007.

BLOWEY, R.W., DONE, S.H. Failure to demonstrate histological changes of digital or interdigital dermatitis in biopsies of slurry heel. Vet. Rec., v.7, p.379-380, 1995.

RADOSTTIS. O. M. et al. Veterinary medicine. 8.ed.London: W.B. Saunders, 1763p,1994.

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