Protocolos anestésicos para cirurgias a campo em equinos

A anestesia em equinos exige conhecimento e principalmente atenção por conta das particularidades da espécie.

Embora a anestesiologia veterinária tenha passado por avanços, a anestesia em equinos ainda é um procedimento que requer atenção tendo em vista as características da espécie (tamanho, massa muscular, temperamento e sensibilidade) (ALMEIDA; ALMEIDA, 2008). Como são animais de grande porte, a maioria dos procedimentos é realizada a campo, fora do ambiente hospitalar, o que exige maiores cuidados. Em contrapartida, a anestesia possibilita que os procedimentos a campo sejam feitos com segurança, tanto para os animais quanto para as pessoas envolvidas.

Em suma, um protocolo anestésico eficiente inclui boa sedação (através de uma medicação pré-anestésica), indução sem estresse e segura, manutenção estável e recuperação tranquila para que não ocorram acidentes (BARROSO, 2016). A medicação pré-anestésica é utilizada para sedar e reduzir o estresse do animal e a indução é feita a partir da combinação de medicamentos. Inicialmente é imprescindível fazer uma análise do histórico do equino, exames físicos e clínicos para avaliação da saúde, para que assim seja realizado um procedimento mais seguro.

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Essa avaliação prévia dos animais deve variar de acordo com o procedimento a ser feito, ou seja, nos mais simples como na realização de uma radiografia, exames do sistema respiratório e do sistema cardiovascular são suficientes. Contudo, em procedimentos pelos quais a anestesia geral é necessária, é imprescindível a realização de um exame físico mais detalhado dos animais, o que inclui uma avaliação do sistema cardiorrespiratório (TAYLOR; CLARKE, 2007; HUBBELL, 2013). Além disso, o animal precisa ser pesado para que seja feito o cálculo correto das medicações.

É importante que os equinos passem por um período de jejum alimentar de 12 horas por conta do risco de rompimento do estômago durante a queda na indução (THURMON; SHORT, 2013). No caso da medicação pré-anestésica os medicamentos mais utilizados em equinos são a Xilazina e a Detomidina (agonistas alfa-2) que conseguem promover sedação, analgesia e relaxamento muscular (HUBBELL, 2013). Para a indução pode ser feita uma associação entre Quetamina e um Benzodiazepínico ou com Éter Gliceril Guaiacol (EGG) (derivado da Resina de Guaiacol) (DONALDSON, 2008; LERCHE, 2013).

Entre as complicações mais comuns na fase de indução estão: traumatismos, sedação incorreta, hipoventilação, intubação inadequada, regurgitação e aspiração de conteúdo gástrico. Já na fase da manutenção pode haver hipotensão, hipoventilação, bradicardia e arritmias. Por fim, no momento da recuperação podem ocorrer traumas, miosite pós-anestésica, edema, hipoventilação, paralisia nervosa, cólica e cegueira temporária (ALMEIDA; ALMEIDA, 2008). Desta forma é importante que um protocolo seguro seja aplicado.

Protocolo sugestivo – Anestesia em equinos:

Para cirurgias em equinos, com duração de até 30 minutos, como por exemplo em: castrações, tenotomias, suturas, cirurgias podais, cirurgias oftálmicas e outras (considerando a dosagem para animais com aprximadamente 500 kg de peso corpóreo)

1º Passo – Sedação do Animal: é recomendada a aplicação (para cada 100 kg de peso vivo) de 1 a 1,5 mL de Equisedan, uma Xilazina 10% usada para tranquilização e sedação de equinos. Ou a aplicação do Dettovet, uma Detomidina 1%, administrando 0,2 a 0,6 mL para 100 kg de peso corpóreo, por via intravenosa.

2º Passo – Indução Anestésica: Infundir 1 bolsa de 500 mL de EGG-PPU sob pressão na veia, com agulha grossa, até o animal ficar em decúbito lateral (não retirar a agulha até que seja administrado 1ml/kg).

 

3º Passo – Realizar anestesia local.

 

4º Passo – Cirurgia.

 

Para cirurgias em equinos com duração de até 2 horas, em procedimentos como por exemplo: enucleações de globo ocular, trepanações, repulsões de dentes molares, laparotomias em decúbito, cesarianas, reduções de hérnias e cirurgias reparadoras do pênis, sugere-se o seguinte protocolo (para animais com aproximadamente 500 kg de peso corpóreo):

 

1º Passo – Sedação do Animal: também é indicado o uso do Equisedan. Recomenda-se a aplicação de 1 a 1,5 mL para cada 100 kg de peso vivo, pela via intravenosa. Ou o uso do Dettovet, administrando 0,2 a 0,6 mL para 100 kg de peso corpóreo, por via intravenosa.

 

2º Passo – Indução Anestésica: Aplicar em uma mesma seringa, direto na veia, 10 mL de Cetamina a 2% + 10 mL de Midazolan (50 mg).

 

3º Passo – Anestesia Geral Intravenosa (Triple Drip): Após o decúbito, infundir na veia por gotejamento (2mL/kg/h) a solução Triple Drip ou Gota Tripla, em que se utiliza EGG, Quetamina e Xilazina ou Detomidina em infusão contínua (por até 2 horas). Para o preparo da solução Triple Drip: com 1 frasco de 1 litro de solução glicosada a 5% ou a solução fisiológica, descartar 500 mL + EGG-PPU (um relaxante muscular de ação central a base de Éter Gliceril Guaiacol) + 10 mL de Quetamina e 3 mL de Xilazina 10%.

 

4º Passo – Realizar anestesia local e cirurgia.  

 

Vale destacar que a escolha do protocolo de anestesia nos equinos deve ser feita à critério do Médico Veterinário, sendo os dois mencionados anteriormente, sugestivos. Para outras informações sobre os produtos JA Saúde Animal, acesse nosso site!

 

Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

Referências

 ALMEIDA, M.R. e ALMEIDA, R.M. Complicações anestésicas em equinos – revisão de literatura. PUBVET, V.2, N.27, Art. 273, Jul 2, 2008.

 

BARROSO, Camila Goersch. Noções de Anestesia em Equinos – Uma breve revisão. Ciência Animal, 2016. Disponível em: http://www.uece.br/cienciaanimal/dmdocuments/Nocoes_de_Anestesia_em_Equinos_Camila_Barroso.pdf. Acesso em: 12 de maio de 2022.

 

DONALDSON, L. Anaesthesia. CORLEY, K. & STEPHEN, J. The equine hospital manual. Oxford: Blackwell Publishing, 2008. cap. 4, p. 226-260.

 

HUBBELL, J. A. E. Equinos. In: TRANQUILLI, W. J.; THURMON, J. C.; GRIMM, K. A. Lumb & Jones Anestesiologia e Analgesia Veterinária. Tradução de Carlos Augusto Araújo Valadão. 4 ed. São Paulo: Roca, 2013. cap. 27, p. 780- 794.

 

LERCHE, P. Total Intravenous Anesthesia in Horses. Veterinary Clinics of North America: Equine Practice, v. 29, n. 1, p. 123- 129, 2013.

 

TAYLOR, P. M.; CLARKE, K. W. Handbook of equine anaesthesia. 2 ed. Philadelphia: Saunders Elsevier, 2007. 220p

 

THURMON, J. C.; SHORT, C. E. História e visão geral da anestesiologia veterinária. In: TRANQUILLI, W. J.; THURMON, J. C.; GRIMM, K. A. Lumb & Jones Anestesiologia e Analgesia Veterinária. Tradução de Carlos Augusto Araújo Valadão. 4 ed. São Paulo: Roca, 2013. cap. 1, p. 3-37.

 

WHITE, K. Total and partial intravenous anaesthesia of horses. In Practice, v. 37, n. 4, p. 189-197, 2015.

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