Anti-inflamatórios não esteroidais e suas particularidades

Os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) consistem em uma classe de medicamentos que atuam sobre os processos inflamatórios no organismo. Confira alguns detalhes!

Introdução

Para melhor entendimento sobre os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs) é imprescindível que o processo inflamatório seja abordado. A partir de qualquer estímulo químico, físico ou mecânico capaz de provocar uma inflamação, são liberados vários mediadores químicos com ação em eventos vasculares ou celulares. Então surgem os sinais clínicos da inflamação aguda como dor, calor, rubor, tumor e perda de função, os quais não tratados podem evoluir para um processo inflamatório crônico, persistindo por tempo indeterminado e que varia em conformidade com os mediadores celulares e humorais envolvidos (SPINOSA, 2011).

Processo Inflamatório

Inicialmente ocorre a liberação dos mediadores químicos, seguida da fase vascular que se caracteriza por vasodilatação (o que confere aspecto vermelho, calor no local e aumento da permeabilidade vascular). A partir desses eventos, há maior facilidade na passagem de proteínas plasmáticas para o tecido, carreando grande quantidade de água (edema). Ao mesmo tempo, ocorre a fase celular resultando em marginação leucocitária no leito vascular e a passagem desses leucócitos para o tecido por diapedese (SPINOSA, 2011).

Nos casos de processo inflamatório agudo, os tipos celulares predominantes são as células polimorfonucleares (neutrófilos, eosinófilos e basófilos), já em casos de processos inflamatórios crônicos predominam-se células mononucleares (monócitos e linfócitos). Posteriormente, o processo inflamatório entra na fase de reparação, formando tecido de granulação e cicatrização, em condições normais. Entretanto, pode haver supuração quando os microrganismos superam as defesas, lisam as células leucocitárias e formam pus, o que contribui para a cronificação do processo. Em casos de inflamação intensa é necessária a utilização dos anti-inflamatórios que são classificados em esteroidais ou não esteroidais para a modulação do processo (SPINOSA, 2014).

Anti-inflamatórios não esteroidais – Particularidades

Os anti-inflamatórios não esteroidais consistem em uma classe de medicamentos muito utilizada no tratamento da dor aguda e crônica, ocasionada pelo processo inflamatório. São fármacos que agem inibindo as enzimas ciclo-oxigenases (COX-1, presente em quase todos os tecidos e COX-2, presente nos locais de inflamação) relacionadas com a formação de prostaglandina e tromboxanos, substâncias que são imprescindíveis no processo da inflamação e da dor (SILVA, 2014).

Além disso, em comparação com os anti-inflamatórios esteroidais, os anti-inflamatórios não esteroidais não provocam supressão da imunidade e nem abortamentos, por exemplo. Contudo, como pontos negativos desses medicamentos (AINEs), encontram-se os distúrbios gastrintestinais (gastrite, abomasite).

Os AINEs podem ter ação terapêutica de caráter periférico (ação anti-inflamatória, analgésica, antitrombótica e analgésica) ou podem agir sobre o sistema nervoso central com ação antipirética e analgésica. Além disso, possuem maior efeito sobre a dor somática do que sobre a dor visceral. Dentre as vantagens em comparação aos analgésicos opioides é que eles não produzem sedação ou ataxia, permitem uma recuperação mais rápida da anestesia, não criam dependência farmacológica, além disso, o uso de AINEs associados aos opioides é vantajoso para amenizar efeitos colaterais (SPINOSA, 2014).

Existem os AINEs de 1ª geração inibidores não seletivos da COX, que possuem ação anti-inflamatória moderada, efeito analgésico também moderado, são antipiréticos e antitrombóticos. Seus efeitos colaterais são: irritação gástrica, erosão gástrica, sangramento, lesão renal e eventos cardiovasculares. Por outro lado, os AINEs de 2ª geração inibidores seletivos da COX-2, que apresentam os mesmos efeitos terapêuticos, com exceção do efeito antitrombótico e dos efeitos colaterais gastrintestinais.

Anti-inflamatórios não esteroidais JA Saúde Animal

Prador: uma associação sinérgica inovadora de Meloxicam e Dipirona, com atividades analgésicas e antitérmicas, recomendado nos casos de inflamação, dor e febre em equinos. Além disso, também pode ser utilizado em bovinos, pois apresenta excelente ação nesta espécie. O Prador deve ser administrado na dosagem de 1 mL/25 kg de peso corpóreo, por via intramuscular ou endovenosa, a cada 12 ou 24 horas, durante três a cinco dias consecutivos, de acordo com a gravidade do caso e com a indicação do Médico Veterinário.

 

Diclofenaco: o mais potente anti-inflamatório não hormonal, com excelente ação anti-inflamatória e analgésica, além de ótima relação custo-benefício. Atua no alívio da dor, eliminação da febre, diminuição da inflamação e do edema, melhoria da perfusão tecidual dos antimicrobianos, aumento do apetite e recuperação mais rápida do animal. Deve ser utilizado pelas vias intramuscular, intravenosa ou subcutânea, na dose de 1 mL/50kg de peso corpóreo, sendo indicado para bovinos, ovinos, equinos, caprinos e suínos.

 

Flumax: um potente anti-inflamatório não esteroidal à base de Flunixin Meglumine, com atividade analgésica, antipirética e antiendotóxica, promovendo o alívio da dor, eliminação da febre, da inflamação e do edema. Além disso, melhora a perfusão tecidual dos antimicrobianos, aumenta o apetite e permite a recuperação mais rápida do animal, fazendo com que ele retorne mais cedo à suas atividades cotidianas, sendo um dos mais eficazes no controle das dores viscerais tanto em equinos, quanto em bovinos.

 

Em resumo, o Prador é o mais seguro da linha, o Diclofenaco apresenta o melhor custo-benefício e o Flumax é a melhor opção para a dor visceral e antiendotóxica. Vale ressaltar que antes de instituir qualquer tratamento deve-se consultar o Médico Veterinário. Para mais informações acesse nosso site!

 

 

Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

 

Referências

 

SPINOSA, Helenice de Souza; GÓRNIAK, Silvana Lima; BERNARDI, Maria Martha. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. [S.l: s.n.], 2011.

 

SILVA, Jerusa Marques da Silva; MENDONÇA, Patrícia Pereira; PARTATA, Anette Kelsei. Anti-inflamatórios não-esteroides e suas propriedades gerais. Revista Científica do ITPAC, Araguaína, v.7, n.4, Pub.5, out. 2014. Disponível em: https://assets.unitpac.com.br/arquivos/revista/74/artigo5.pdf. Acesso em: 30 mai. 2022.

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