Cólica em equinos

Sabe-se que o abdome agudo ou cólica é uma das afecções agudas mais comuns que acomete os equinos em todo o mundo (WORMSTRAND et al., 2014), sendo geralmente sanada clinicamente, porém em alguns casos, faz-se necessário a realização de cirurgia para resolução do caso (TRAUB-DARGATZ et al., 2001). No Brasil não se tem dados precisos (DIAS et al., 2013), mas sabe-se que a prevalência desta enfermidade é alta, podendo chegar a 7 em cada 10 (aprox. 70%) animais sendo acometidos pela síndrome (LARANJEIRA et al., 2009).

Os fatores que predispõe a ocorrência de cólica nestes animais são: as peculiaridades anatômicas e fisiológicas do aparelho digestório dos equinos, como a impossibilidade de êmese, um mesentério que predispõe o intestino delgado às ectopias e vólvulos, diferenças do diâmetro do cólon maior com o cólon menor e suas curvaturas, que são favoráveis às compactações (GOLOUBEFF, 1993).

A cólica pode ser causada por distensão e/ou compactação gástrica, doenças infecciosas do trato gastrointestinal, verminoses, timpanismo, neoplasias e, ainda, obstruções, deslocamentos, encarceramentos e torções intestinais (IMMONEN et al., 2017). Como sinais clínicos característicos, os animais podem cavar o chão, olhar para o flanco, realizar mímica de micção, deitar, rolar, perder o interesse no alimento, apresentar sudorese, distensão abdominal e diminuir a quantidade de fezes excretadas. Apesar disso, nem sempre os sinais serão evidentes e alguns destes sinais podem ser confundidos com outras doenças que também acometem os equinos, por isso, é importante que o médico veterinário seja chamado para a avaliação do animal, a fim de realizar o correto diagnóstico. Além do histórico obtido com o proprietário do animal, o médico veterinário pode ainda somar informações para o seu diagnóstico, através da avaliação da mucosa e da hidratação, palpação transretal, auscultação da frequência cardíaca e intestinal, e ainda pela ultrassonografia (VILJOEN et al., 2010), paracentese (DI FILIPPO et al., 2009) e laparoscopia (SILVA et al., 2000).

Na cólica há alterações cardiovasculares, do equilíbrio hidroeletrolítico e ácido básico e ainda dor, que podem levar o animal ao choque, culminando em morte do animal. (DI FILIPPO et al., 2009). Por isso, é importante que, ao início dos sinais de desconforto, seja solicitado ao médico veterinário para que faça o diagnóstico e inicie o tratamento o quanto antes, o que vai aumentar as chances de sucesso do procedimento.

Para o tratamento desta síndrome, deve-se estar ciente de qual o tratamento ideal para aquele animal em específico, levando-se em conta que, dependendo da causa da cólica, o tratamento será diferente. Dentre os possíveis tratamentos, os comumente utilizados são a lavagem gástrica, a fluidoterapia parenteral e/ou enteral, administração de eletrolíticos, aplicação de fármacos pró-cinéticos, realização de tiflocentese e ainda a laparotomia. Associado ao tratamento, é importante que se faça a analgesia do animal, a fim de promover maior conforto e melhor resposta ao tratamento instituído. O Flunixin Meglumine (Flumax®) promove considerável analgesia e efeito anti-inflamatório em equinos (SPINOSA et al., 2006), sendo por isso, amplamente utilizada nesta espécie (SPINOSA et al., 2006; DUZ et al., 2015;).

A sugestão da J.A Saúde Animal é o uso de Flumax, anti-inflamatório não esteroidal de alta performance à base de Flunixin Meglumine. Como diferenciais do Flumax, destacamos sua especificidade em analgesia visceral e seu efeito antiendotóxico, ideal para uso nos casos de abdome agudo em equinos.

Autores:

M. V. Gustavo Morandini Reginato – Mestrando da FZEA-USP

M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – J.A Saúde Animal

 

REFERÊNCIAS

DI FILIPPO, P.A. et al. Características celulares e bioquímicas do líquido peritoneal de eqüinos submetidos à obstrução experimental do duodeno, íleo e cólon menor. Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 61, p. 1281-1289, 2009.

DIAS, R.V.C. et al. Estudo epidemiológico da síndrome cólica de equinos em parques de vaquejada no estado do Rio Grande do Norte, Brasil. Vet. e Zootec, v. 20, n. 4, p. 683-698, 2013.

DUZ, M. et al. Effect of flunixinmeglumine and firocoxib on ex vivo cyclooxygenase activity in horses undergoing elective surgery. American Journal of Veterinary Research, v.76, n.3, p.208-215, 2015.

GOLOUBEFF, B.; Abdome Agudo Equino. Varela: São Paulo, p.173, 1993.

IMMONEN, I. A. M. et al. Long-term follow-up on recovery, return to use and sporting activity: a retrospective study of 236 operated colic horses in Finland (2006–2012). Acta Veterinaria Scandinavica, v. 59, n. 5, p. 1-11, 2017.

LARANJEIRA, P.V.E.H. et al. Perfil e distribuição da síndrome cólica em eqüinos em três unidades militares do Estado do Rio de Janeiro, Brasil. Ciência Rural, 2009.

SILVA, L. C. L. C. et al. Aplicação clínica da laparoscopia em equinos. Continuous Education Journal, v. 3, p. 12-20, 2000.

SPINOSA, H.S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia Aplicada à Medicina Veterinária,4ª ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro,2006, p. 260-267.

TRAUB-DARGATZ, J.L. et al. Estimate of the national incidence of and operation-level risk factors for colic among horses in the United States, spring 1998 to spring 1999. JAVMA, v. 219, n. 1, July 1, 2001.

VILJOEN, A. et al. The impact of ultrasound during emergency after-hour admissions of horses. Journal of the South African Veterinary Association, v.81, n.4, p.216–218, 2010.

WORMSTRAND, B.H. et al. Surgical treatment of equine colic – a retrospective study of 297 surgeries in Norway 2005–2011. Acta Veterinaria Scandinavica, v. 56, n. 38, 2014.

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(1) Comentário

  1. PEDRO

    OI

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