Castração em equinos

A castração ou orquiectomia é um dos procedimentos cirúrgicos mais comuns em equinos e apesar de ser considerada uma cirurgia simples, é alta a chance de complicações. Quando a intervenção é realizada por médicos veterinários habilitados, são utilizadas técnicas cirúrgicas e anestésicas apropriadas a fim de minimizar as complicações e preservar a integridade do animal (SILVA, et al. 2006).

Este procedimento é feito a fim de coibir ou reduzir um comportamento agressivo e de difícil manejo, característico dos animais não castrados. O procedimento pode ser realizado com o equino em posição quadrupedal (de pé), sob ação de sedativos, ou em decúbito, por meio de uma anestesia geral ou dissociativa. A técnica de castração mais utilizada é a aberta, na qual a túnica parietal é incisada e mantida aberta, mas também se utilizam as técnicas fechada, em que as túnicas não são incisadas e ainda a técnica semifechada, em que a túnica é aberta para o procedimento e depois suturada (AUER & STICK, 2012).

A analgesia pós castração nos equinos muitas vezes não é realizada, apesar da comprovada necessidade para o bem-estar animal. Quando realizada, ela é feita principalmente pela administração de anti-inflamatórios não esteroidais, a qual apresenta resultado satisfatório para esse procedimento (PRICE et al., 2005; SANCHEZ & ROBERTSON, 2015). Além da analgesia, é importante a realização de antibioticoterapia no período pós-operatório, a fim de se evitar complicações.

Apesar de ser um procedimento relativamente simples, a castração nos equinos deve ser realizada por um Médico Veterinário, por ser um procedimento que pode levar a uma série de alterações nos animais devido à inflamação intensa e por ser comum observar complicações (DI FILLIPO et al., 2016). O material deve estar preferencialmente estéril, geralmente fazendo-se uso de bisturi, tesoura e emasculador. Nos casos que não se utiliza o emasculador, opta-se pela realização da ligadura, preferencialmente com fio estéril de baixa reatividade tecidual (fio poligalactina 910, por exemplo).

No entanto, nos dias de hoje, apesar da importância de se seguir o procedimento correto, muitos profissionais não capacitados o fazem sem a utilização de técnicas e materiais adequados, o que aumenta consideravelmente as chances de complicações, podendo levar a consequências graves ou até mesmo a morte do animal. Essas complicações ocorrem devido às características da anatomia do testículo, que possui ligação direta com a cavidade abdominal e ainda recebe uma artéria de grosso calibre, advinda da artéria aorta (DI FILLIPO et al., 2016). Algumas das complicações encontradas são: hemorragia, infecção local (funiculite), peritonite, eventração e ainda acidente com os envolvidos e/ou com o animal (MAY & MOLL, 2002; THOMAS et al., 1998).

Com base nisso, recomenda-se que toda a orquiectomia seja realizada e acompanhada por um Médico Veterinário, desde a anestesia até o pós-operatório. A J.A Saúde Animal disponibiliza a esse profissional anestésicos de alta praticidade e eficácia, destacando-se o EGG PPU, um miorelaxante de ação central a base de Éter Gliceril Guaiacol pronto para uso e o Equisedan, sedativo altamente eficaz a base de Xilazina 10%. Além do procedimento anestésico, é recomendado antibioticoterapia, a fim de se evitar infecções e garantir o bem-estar-animal, podendo ser realizada com o uso do Diclopen® 10 milhões, associado ao Flumax ou Prador, anti-inflamatórios não esteroidas de alta eficácia analgésica.

Autores

  1. M.V. Gustavo Morandini Reginato – Mestrando da FZEA-USP
  2. M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – J.A Saúde Animal

REFERÊNCIAS

AUER, J.A.; STICK, J.A. Equine Surgery, 4ª ed. Elsevier, St Louis, Missouri, p.817-821, 2012.

DI FILIPPO, P.A. et al. Efeitos da castração sobre características físico-químicas e celulares do líquido peritoneal de equinos. Vet. Not., Uberlândia, v.22, n. 2, p.24-32, 2016

MAY, K.A.; MOLL, H.D. Recognition and management of equine castration complications. Compedium, v. 24, n. 2, p.11, 2002.

PRICE, J. et al. Current practice relating to equine castration in the UK. Research in Veterinary Science, v.78, n.3, p.277–280, 2005.

SANCHEZ, C.; ROBERTSON, S.A. Pain control in horses: What do we really know? Equine Veterinary Journal, v.46, p.517-523, 2014.

SILVA, L. A. F.; FRANÇA, R. O.; VIEIRA, D.; DE SOUZA, V. R.; FRANCO, L. G.; MOURA, M. I.; SILVA, M. A.; TRINDADE, B. R.; COSTA, G. L.; BERNARDES, K. A. M. Emprego da abraçadeira de náilon na orquiectomia em eqüinos. Rio Grande do Sul. Acta Scientiae Veterinariae, v. 34, p. 261-266, 2006.

THOMAS, H. et al. Postcastration eventration in 18 horses: the prognostic indicators for long-term survival (1985-1995). Canadian Veterinary Journal. v. 39, p. 764-768, 1998.

Fonte imagem: https://www.darley.com.au/stallions/our-stallions/street-boss

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