Como fazer o processo de secagem das vacas leiteiras

O período seco pode ser considerado um descanso para a glândula mamária da vaca leiteira, uma fase extremamente importante para o desempenho produtivo da próxima lactação. Como a secagem se baseia na interrupção da lactação, durante esse período há uma renovação do tecido mamário, permitindo o surgimento de novas células secretoras e maior possibilidade de eliminação de casos existentes de mastite subclínica (Tomazi, T.; Santos, M.; 2017).

A duração do período seco da vaca pode variar de acordo com a propriedade ou com a recomendação do técnico responsável. A literatura científica recomenda um período de sessenta dias, tempo suficiente para que ocorra a renovação da glândula, permitindo maior bem estar para a vaca e sua cria, visto que a duração desse período também esta diretamente relacionada com a qualidade do colostro (Bertulat et al., 2013).

Outro fator importante é fazer um processo de secagem bem feito, estipulando um protocolo, seguindo-o à risca para todos os animais. Segue o passo a passo (adaptado da EMBRAPA, 2003):

  • Separar a vaca da cria, no caso de vaca com bezerro ao pé;
  • Esgotar a vaca e deixar presa por 48 horas em jejum;
  • Após 48 horas em jejum, esgotar a vaca novamente;
  • Na sequência aplicar antibiótico intramamário em todos os tetos, seguido da aplicação de selante (terapia da vaca seca).
  • Após isso, soltar a vaca para pastar normalmente, sem oferecer qualquer tipo de volumoso (silagem, feno etc.)

A terapia vaca seca é parte integrante do processo de secagem e envolve a aplicação de antibiótico intramamário de longa ação em todos os tetos, aliado ao uso de um selante, que irá atuar como uma barreira física, impedindo a entrada de microrganismos durante o período. (Andrews et al., 2008; Dias et al., 2007; McDougall, 2002). Estudos comprovam, que a associação de um antibiótico local juntamente com o uso de um selante, reduziu de maneira considerável a taxa de novas infecções no período seco (Souza et al. 2009).

A sugestão da J.A Saúde Animal como terapia de secagem é o uso do Intrasec VS, antimicrobiano de longa ação e alta eficácia, à base de Cloxacilina Benzatina 600 mg, associado ao uso de Sela-Teto, selante intramamário à base de Subnitrato de Bismuto. Desta forma, haverá a prevenção de novas infecções no período seco, além do combate das mastites subclínicas já instaladas.

Autores:

Prof. Dr. José Abdo Andrade Hellu – Médico Veterinário e Fundador da J.A Saúde Animal

M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – J.A Saúde Animal

 

Referencias:

ANDREWS, A.H.; BLOWEY, R.W.; BOYD, H.; EDDY, R.G. Medicina bovina: doenças e criação de bovinos. 2.ed. São Paulo: Roca, 2008. 1080p.

Bertulat, S., Fischer-Tenhagen, C., Suthar, V., Möstl, E., Isaka, N. & Heuwieser, W. (2013). Measurement of fecal glucocorticoid metabolites and evaluation of udder characteristics to estimate stress after sudden dry-off in dairy cows with different milk yields. Journal of Dairy Science, 96, 3774- 3787.

DIAS, R.V.C. Principais métodos de diagnóstico e controle da mastite bovina. Acta Veterinária Brasílica, Mossoró, v.1, n.1, p.23-27, 2007. Disponível em: . Acesso em: 17 jan. 2011.

MCDOUGALL, S. Bovine mastitis: epidemiology, treatment and control. New Zealand Veterinary Journal, Melbourne, v.50, p.81-84, 2002.

MIRANDA, J. E. C. et al. (Juiz de Fora). Embrapa. Cria e recria de fêmeas leiteiras: passo a passo. Comunicado Técnico, Juiz de Fora, v. 1, n. 1, p.1-6, dez. 2003. Disponível em: <https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/594903/1/COT30Criaerecriadefemeasleiteiras.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2019.

SOUZA, F.N.; BLAGITZ, M.G.; BATISTA, C.F.; SUCUPIRA, M.C.A.; LIBERA, A.M.P.D. Tratamento e controle dos principais patógenos da mastite bovina. Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, Belo Horizonte, v.60, p.101- 105, 2009.

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