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Como prevenir a mortalidade em bezerros?

Algumas medidas sanitárias e de manejo podem ser adotadas com o objetivo de reduzir enfermidades e consequentemente a mortalidade dos bezerros. Conheça mais detalhes no texto a seguir!

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Introdução

A mortalidade de bezerros é um tema complexo na pecuária e de grande relevância, causando inúmeras dúvidas, prejuízos aos produtores e impactando negativamente na produtividade. O período neonatal é decisivo para a sobrevivência desses animais, por ser uma fase que exige grande adaptação ao novo ambiente pelo qual são expostos após o nascimento (BENESI et al., 2012).

A princípio, vários fatores podem contribuir para o aumento das taxas de mortalidade, sendo eles infecciosos, nutricionais, parasitários, genéticos e de manejo (INSTITUTO BIOLÓGICO, 2017). Dentre os principais problemas que favorecem a ocorrência de mortalidade dos bezerros estão as doenças do umbigo, as diarreias, as afecções respiratórias e a Tristeza Parasitária Bovina. Nesse sentido, alguns cuidados tornam-se essenciais para prevenir a mortalidade desses animais.

Principais cuidados para prevenir a mortalidade de bezerros

Algumas medidas podem ser adotadas para diminuir a mortalidade dos bezerros, como por exemplo: a atenção quanto ao local do nascimento desses animais, que deve ser seco, limpo e contendo sombra suficiente; a ingestão de colostro logo nas primeiras horas de vida; a cura adequada do umbigo; além de outros cuidados com a alimentação, vacinação e vermifugação.

De forma mais detalhada, a ingestão do colostro é uma das principais recomendações entre as medidas sanitárias do rebanho (SANTOS, 2015), afinal trata-se de uma secreção da glândula mamária produzida nas primeiras horas pós-parto, formada por imunoglobulinas, macro e micronutrientes, leucócitos, enzimas, fatores de crescimento e hormônios, considerada como a principal fonte de proteção contra os microrganismos patogênicos que se encontram no ambiente (MAGALHÃES et al., 2017; SILVA et al., 2019). Portanto, sua ingestão é imprescindível para que haja desenvolvimento adequado do sistema imune do bezerro e que assim ele consiga combater eventuais infecções.

O ideal é que a ingestão do colostro ocorra em até seis horas após o nascimento, já que sua qualidade vai diminuindo com o passar do tempo, assim como a capacidade do bezerro em absorver as imunoglobulinas. No caso de neonatos que tenham dificuldade de ingerir o colostro da mãe ou até mesmo em casos em que a mãe (primípara) produz colostro de baixa qualidade, uma alternativa eficaz é preparar um banco de colostro para que assim o leite seja fornecido (ainda no prazo das seis horas após o nascimento) com o auxílio de mamadeiras. Nesses casos é necessário administrar uma quantidade de pelo menos 10% do peso corporal do bezerro, fracionando em duas ou mais ofertas, a uma temperatura de aproximadamente 37ºC (RODELLO, 2011).

Outra recomendação de extrema importância é a cura imediata do umbigo fazendo a aplicação de iodo a 10%, efetuando a imersão completa do cordão umbilical (LEONEL et al., 2009). Essa medida é imprescindível para que as doenças do umbigo sejam evitadas, pois elas estão entre os principais problemas sanitários que afetam os bezerros recém-nascidos e causam altas taxas de mortalidade. A assepsia tem a função de evitar que haja uma porta de entrada para microrganismos (ESCRIVÃO et al., 2005). Portanto, a manutenção da higiene das instalações das maternidades também se faz necessária na prevenção das onfalites (MEE, 2008).

Sobre as diarreias (que são provocadas por vários agentes infecciosos), a prevenção também pode ser feita através da limpeza e higiene correta do ambiente e da redução de superpopulações de animais em um determinado local. No caso das pneumonias, o cuidado com o ambiente, incluindo a proteção contra o frio e a chuva é uma medida preventiva eficaz. Por fim, a Tristeza Parasitária Bovina pode ser evitada através de um controle estratégico de carrapatos (OLIVEIRA, 2012).

O uso da metafilaxia

De forma geral, para o controle de várias enfermidades que podem acometer os bezerros, uma ótima ferramenta pode ser utilizada: a chamada metafilaxia, que consiste na administração de um antimicrobiano injetável de longa ação, em doses terapêuticas, destinado a um grupo de animais em situação de risco. Nesse contexto, a JA Saúde Animal disponibiliza o Pró-Bezerro, medicamento de ação metafilática, indicado para a prevenção e tratamento das doenças do umbigo e outras enfermidades bacterianas que podem provocar a morte dos bezerros.  

Pró-Bezerro é uma formulação exclusiva inovadora à base de Penicilina G Benzatina associada a um antiparasitário, Ivermectina. A Penicilina G Benzatina é um fármaco do grupo dos beta-lactâmicos que atua sobre as bactérias (gram-negativas e gram-positivas) e que possui ação mais prolongada dentre as penicilinas. Já a Ivermectina presente em sua fórmula age protegendo o bezerro da infestação pelas larvas da miíase (bicheira) na cicatriz umbilical, muito comum nos primeiros dias de vida. Um estudo realizado no Pará detectou que dentre os bezerros diagnosticados com problemas umbilicais, 41,05% apresentavam onfalite e 10,53% miíase umbilical (REIS et al., 2009), o que reforça a importância da administração do metafilático para prevenir essas afecções.

A ação metafilática do Pró-Bezerro foi comprovada através de um trabalho desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), com 600 bezerros. Na oportunidade, o grupo tratado com o medicamento apresentou baixíssimos índices das enfermidades analisadas (principais doenças infecciosas da categoria). O trabalho comprovou ainda, a superioridade do produto em relação aos animais tratados com a Doramectina isolada.

Dentre várias vantagens, Pro-Bezerro é o único antimicrobiano específico para recém-nascidos do mercado, conferindo proteção por até 28 dias (figura 1) e proporcionando menor ocorrência de morbidade (doenças) e de mortalidade no 1º mês de vida. Além disso, a aplicação em dose única permite maior praticidade, menor uso de mão de obra, aliado ao menor estresse para o animal, sem contar no excelente custo-benefício já que 1 frasco promove proteção de 10 bezerros (10 doses de 5 mL).

Cabe ressaltar que o medicamento está disponível também na apresentação de seringa de 5 mL (dose única). Por fim, Pró-Bezerro é ideal para melhorar o desempenho dos animais e a uniformidade dos lotes. Conheça mais detalhes sobre esse e outros produtos em nosso site!

Gráfico 1

1 - Blog JA - Mortalidade em bezerros - Imagem Gráfico 1
Figura 1 – Níveis plasmáticos da Ivermectina e Benzilpenicilina demonstrando a longa ação do Pró-Bezerro.

Texto: Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

Referências

BENESI, F.J.; TEIXEIRA, C.M.; LISBOA, J.A.; LEAL, M.L.; BIRGEL, E.H.J.; BOHLAND, E.; et al. Eritrograma de bezerras sadias, da raça Holandesa, no primeiro mês de vida. Pesquisa Veterinária Brasileira, v. 32, n. 4, p. 357-358, 2012.

ESCRIVÃO, Sidney Correa. et al. Primeiros cuidados na criação de bezerros bubalinos. Rev Bras Reprod Anim, v.29, n.1, p.46-48, 2005.

INSTITUTO BIOLÓGICO. Mortalidade de bezerros – Manejo e prevenção. São Paulo, 2017.

LEONEL, R.A.B; MATSUNO, R.M.J.; VERONEZI, A.H.M.; PEREIRA, D.M. Neonatologia de grandes animais. Revista científica eletrônica de medicina veterinária, v. 7, n. 12, p. 1-4, 2009.

MAGALHÃES, Carolina Bueno. Influência do sistema de cria no bem-estar e comportamento de bezerros leiteiros durante a fase de cria – Revisão de literatura. REDVET – Revista electrónica de Veterinária, v. 18, n. 1, 2017.

MEE, J.F. Newborn Dairy Calf Management. Vet Clin Food Anim, v.24, p.1–17, 2008.

OLIVEIRA, Márcia Cristina de Sena. Cuidados com bezerros recém-nascidos em rebanhos leiteiros. Circular Técnica 68 – Embrapa. São Carlos, 2012.

REIS, A. S. B.; PINHEIRO, C. P.; LOPES, C. T. A.; CERQUEIRA, V.D.; OLIVEIRA, C. M. C.; DUARTE, M. D.; BARBOSA, J. D. Onfalopatias em bezerros de rebanhos leiteiros no nordeste do estado do Pará. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE BUIATRIA, 8., 2009, Belo Horizonte, Anais… Belo Horizonte: Associação Brasileira de Buiatria, 2009.

RODELLO, L.; BISCARDE, C.E.A.; CARVALHO, V.S. Manejo do neonato de pequenos ruminantes. Disponível em: . Acessado em: 24/09/2017.

SANTOS, G.D. Caracterização do manejo de bezerras, da qualidade nutricional e microbiológica do colostro e da atitude do tratador de bezerras. (Tese) Doutorado – Universidade de São Paulo, 2015. SILVA, Dariane Fontes. et al. Bem-estar na bovinocultura leiteira: Revisão. PUBVET, v.13, n.1, a255, p.1-11, 2019.

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