Controle estratégico do carrapato

Controle estratégico do carrapato

            A cadeia produtiva de carne bovina do Brasil está em primeiro lugar do ranking mundial, de acordo com a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. A bovinocultura brasileira atingiu 220 milhões de cabeças no ano de 2017, marcando um crescimento ponderoso de 400% nas últimas décadas, alavancando o percurso da pecuária nacional (CNA, 2017).

            Um dos maiores entraves a ser combatido por pecuaristas nas criações, tanto de corte quanto de leite, é a presença do carrapato Rhipicephalus (boophilus) micruplus, conhecido como carrapato do boi, e os prejuízos causados por ele.       

            Ao passar dos anos vem havendo registros de novas espécies de carrapatos ao redor de todo mundo, sendo que até o presente momento são mais de 920 espécies catalogadas. Vale destacar que, dentre os cinco gêneros de carrapatos encontrados no país, os gêneros Amblyomma e Rhipicephalus têm maior ênfase no meio científico, devido a sua relevância para saúde pública em decorrência grande impacto econômico (GUGLIELMONE et al., 2010; NAVA et al., 2017).

            O carrapato Rhipicephalus (b.) micruplus gera mais de três bilhões de dólares de perdas anuais na bovinocultura brasileira (GRISI et al., 2014), sendo a espécie que mais necessita de atenção em nosso país. Além dessas perdas, destaca-se a transmissão de agentes etiológicos da tristeza parasitaria bovina (TPB), que é uma Rickettsia do gênero Anaplasma e o protozoários do gênero Babesia (GUGLIELMONE et al., 2006). 

            São três formas de tratamento distintas que podem ser utilizadas para o combate e controle dos carrapatos, sendo eles: tratamento curativo, tático e estratégico (A LAVOURA, 2019).

            O tratamento curativo baseia-se em aplicar produtos antiparasitários em animais altamente infectados. É o tipo de manejo mais utilizado na bovinocultura brasileira, no entanto não é o de maior eficiência, pois intensifica a resistência antiparasitária, reduzindo a eficiência dos medicamentos carrapaticidas (A LAVOURA, 2019).

            O tratamento tático, que está incluso no conceito de tratamento estratégico, é realizado em situações de maior risco e exposição dos animais, sendo nos casos de desmamas e em animais recém adquiridos (A LAVOURA, 2019).

            Já o tratamento estratégico, leva em consideração o conhecimento específico do ciclo biológico, com o intuito de reduzir a população dos carrapatos na pastagem e no animal. O tratamento estratégico leva em consideração a sazonalidade e, por esse motivo, reduz a quantidade de tratamentos, diminuindo os custos e resistência antiparasitária (A LAVOURA, 2019).

Para um controle assertivo e eficaz desse parasita, a JA Saúde Animal sugere o uso de dois produtos: a Longametina® Premium 3,5%, à base de Ivermectina altamente concentrada e de longa ação, efetiva na eliminação de endo e ectoparasitas; e o Frigoboi ® Facilite, outro excelente endectocida, Pour-on, à base de Abamectina em formulação de absoção imediata, que permite alta praticidade no manejo, baixo período carência no corte (28 dias) e ótimo custo benefício.

 

Autores:

M.V. Guilherme Luiz Gomes da Silva

Médico Veterinário – JA Saúde Animal

 

M.V. Eduardo de Castro Rezende

Médico Veterinário – JA Saúde Animal

 

Prof. Dr. José Abdo Andrade Hellu

Médico Veterinário e Fundador da JA Saúde Animal

 

Referências bibliográficas:

 

A LAVOURA. Técnicas de banho são alternativas para controle do carrapato em bovinos.  19 set. 2019. Disponível em: https://alavoura.com.br/pecuaria/bovinocultura/tecnicas-de-banho-sao-alternativas-para-controle-do-carrapato-em-bovinos/. Acesso em: 11 set. 2020

CNA – Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil. Bovinocultura de corte – balanço 2017. Disponível em:  https://www.cnabrasil.org.br/assets/arquivos/bovinocultura_corte_balanco_2017.pdf Acesso em: 11 set 2020.

GRISI, L.; LEITE, R. C.; MARTINS, J. R. S.; BARROS, A. T. M.; ANDREOTTI, R.; CANÇADO, P. H. D.; LEON, A. A. P.; PEREIRA, J. B.; VILLELA, H. S. Reassessment of the potential economic impact of cattle parasites in Brazil. Brazilian Journal of Veterinary Parasitology, v. 23, n. 2, 2014. p.150-156. 2014.

GUGLIELMONE, A. A.; BEATI, L.; BARROS-BATTESTI, D. M. Ticks (Ixodidae) on humans in South America. Experimental and Applied Acarology, v. 40, n. 2, p. 83-100. 2006.

GUGLIELMONE, A. A.; ROBBINS, G. R.; APANASKEVICH, A. D.; PETNEY, N. T.; ESTRADA-PEÑA, A.; HORAK, G. I.; SHAO, R.; BARKER, C. S. The Argasidae, Ixodidae and Nuttalliellidae (Acari: Ixodida) of the world: a list of valid species names. Zootaxa, n. 2528, 1-28 p. 2010.

NAVA, S.; VENZAL, J. M.; GONZALEZ-ACUÑA, D.; MARTINS, T. F.; GUGLIELMONE, A. A. Ticks of the Southern Cone of América: Diagnosis, Distribution, and Hosts With Taxonomy, Ecology and Sanitary Importance. Academic Press, 339 p. 2017.

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