Influência do estresse térmico nas vacas leiteiras

O estresse térmico provoca várias alterações fisiológicas e comportamentais nas vacas leiteiras, impactando no desempenho produtivo. Confira detalhes sobre o assunto!

Introdução

Um dos fatores que mais contribui para perdas econômicas em rebanhos leiteiros é o chamado estresse térmico por calor, condição em que a taxa de ganho de calor do organismo supera a taxa de perda. A partir disso, o animal passa por alterações fisiológicas, que afetam consequentemente seu bem-estar e desempenho produtivo (WEST, 2003). Os impactos negativos são inúmeros, nos Estados Unidos por exemplo, os prejuízos produtivos anuais das vacas leiteiras em estresse térmico chegaram a contabilizar 900 milhões de dólares por ano (ST PIERRE et al., 2003).

De modo geral, a zona de conforto térmico dos bovinos, especialmente dos taurinos está entre 0 °C e 16 °C, sendo que temperaturas entre 13 °C e 18 °C são confortáveis para a maioria dos bovinos (CATTELAM; MARTINEZ, 2013). Quando o animal é submetido a uma situação de estresse térmico, numa tentativa de estabelecer a termorregulação, o organismo passa por diversas alterações buscando dissipar o calor. Geralmente ocorre um aumento na frequência respiratória, na temperatura retal, uma diminuição no consumo de matéria seca e queda da produção de leite, que mudam de acordo com as variáveis ambientais (CHANDLER; WEST, 2002).

A temperatura corporal ideal de um bovino é de em torno 38°C e 39,2°C e a frequência respiratória deve estar abaixo de 60 movimentos respiratórios por minuto, desta forma quando o animal atinge 39°C e a taxa respiratória fica entre 60 e 80 movimentos respiratórios por minuto é possível considerar uma situação de estresse calórico moderado. Quando a temperatura retal e a frequência respiratória ultrapassam 39,5 °C e 80 movimentos respiratórios por minuto, respectivamente, há um estresse calórico severo (BARBOSA et al., 2021).

Como evitar o estresse por calor em vacas leiteiras?

No intuito de controlar as consequências provocadas pelo estresse térmico em bovinos leiteiros, algumas medidas podem ser adotadas, como por exemplo a instalação de ventiladores e vaporizadores nas instalações, especialmente na sala de espera da ordenha, a fim de oferecer maior conforto aos animais e permitir que as vacas sejam resfriadas por condução, principalmente pela evaporação da água (MARCHEZAN, 2013).

Outras medidas interessantes são oferecer sombreamento natural ou artificial, para reduzir a transferência de radiação solar, além disso, melhorar a qualidade da água oferecida (bem como a disposição dos cochos). Oferecer água de qualidade é importante para que ocorra a dissipação de calor pela via respiratória e pelo suor. Sobre a nutrição, ela deve passar por reformulações, afinal é necessário suprir a diminuição da ingestão de matéria seca, aumentando a energia oferecida pela dieta e ao mesmo tempo controlando o excesso de nutrientes. O alimento deve ser disponibilizado nas horas mais frias do dia e em cochos que facilitem o acesso dos animais (MARCHEZAN, 2013).            

Por fim, outras estratégias podem ser aplicadas como por exemplo a administração de Butafosfan em combinação com a Cianocobalamina nos animais, que permite a modulação de uma série de funções metabólicas celulares. O uso dessa associação melhora o desempenho produtivo, reprodutivo e reduz as respostas ao estresse nas vacas leiteiras (PENINO et al., 2015). Diante disso, a JA Saúde Animal apresenta o Catofós B12, uma solução injetável à base de Butafosfan (fósforo orgânico) e Cianocobalamina (vitamina B12).

O Butafosfan acelera as reações metabólicas de produção de energia dentro das células do animal, além disso possui função antiestresse por diminuir a concentração sanguínea do cortisol, hormônio responsável pelo estresse. A diminuição desse hormônio também evita com que ele iniba a insulina, que é quem transporta a glicose (energia) para dentro da célula. Já a Cianocobalamina (vitamina B12) presente na fórmula tem a função de estimular o apetite e induzir a produção de hemácias.

Catofós B12 tem como principal benefício sua alta eficácia no estímulo do metabolismo energético podendo ser administrado pelas vias intramuscular, intravenosa ou subcutânea, uma vez ao dia, na dose de 20 a 25 mL para os bovinos adultos, em períodos de maior estresse. Para mais informações sobre esses e outros medicamentos JA Saúde Animal, acesse o nosso site!

 

Texto: Juliana Ferreira Melo

(Médica Veterinária / Jornalista)

 

Referências

BARBOSA, Antônio Amaral; Vieira, Laura Valadão; Freitas, Karen Cruz; Silveira, Rutiele. Estresse térmico em vacas leiteiras. 1. ed. Ponta Grossa: Atena Editora, 2021. 72 p.

 

CATTELAM J, MARTINEZ M. 2013. Estresse térmico em bovinos Termal stress in cattle. Rev Port Ciências Veterinárias. 108:96–102.

 

CHANDLER, P. T. Problems of heat stress in dairy cattle examined. Feedstuffs, Bloomington. v. 59, n. 25, p. 15-16, 1987.

 

FERREIRA, Karla. A solução nutricional para minimizar o estresse por calor de vacas leiteiras. Milkpoint, 2020. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/empresas/novidades-parceiros/a-solucao-nutricional-para-minimizar-o-estresse-por-calor-de-vacas-leiteiras-218888/. Acesso em: 09 fev. 2023.

 

FLAMENBAUM, Israel. Estresse térmico em vacas: efeitos e prejuízos econômicos. MILKPOINT, 2019. Disponível em: https://www.milkpoint.com.br/colunas/cowcooling/estresse-termico-em-vacas-consequencia-e-prejuizos-economicos-223335/#:~:text=O%20estresse%20t%C3%A9rmico%20por%20calor,regi%C3%B5es%20mais%20quentes%20do%20mundo. Acesso em: 08 fev. 2023.

 

PENINO, N. C., SANTOS, G. DE O., RODRIGUES, M. F., BASTOS, H. B. DE A., WINTER, G. H. Z., BUSTAMANTE-FILHO, I. C., PIMENTEL, A. M., GREGORY, R. M., & MATTOS, R. C. (2015). Effect of intramuscular injection of butafosfan and cobalamin on the quality of Fresh and Cooled Stallion Semen. Semina: Ciências Agrárias36(4), 2603–2610. https://doi.org/10.5433/1679-0359.2015v36n4p2603

 

ST PIERRE, N. R. ; COBANOV, B.; SCHNITKEY, G. Economic losses from heat stress by US livestock industries. Journal of Dairy Science, Lancaster. v. 86, p. E52-E77, 2003.

 

WEST, J. W. Effects of Heat-Stress on Production in Dairy Cattle. Journal Dairy Science, v.86, p. 2131-2144, 2003.

 

WEST, J.W. Physiological effects of heat stress on production and reproduction. In: TRI10 STATE DAIRY NUTRITION CONFERENCE, Fort Wayne, Indiana, p.1-10, 2002.

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