As afecções podais são responsáveis pela queda no desempenho produtivo dos animais e consequentemente pelo aumento das perdas econômicas nos rebanhos leiteiros. Conheça alguns detalhes sobre a Pododermatite Séptica, uma das doenças podais mais comuns!

Introdução

No decorrer dos últimos anos, a criação de bovinos leiteiros passou por muitas mudanças no intuito de aprimorar e intensificar a produção. Ao mesmo tempo, essas mudanças trouxeram muitos desafios ao produtor, sendo um deles o aumento dos casos de afecções podais. Os sistemas de criação que anteriormente eram basicamente extensivos, passaram a ser intensivos, ou seja, os bovinos saíram de um ambiente a pasto (de piso macio) para um ambiente confinado (de piso mais abrasivo), favorecendo um maior atrito dos cascos e consequentemente a ocorrência de doenças.

De modo geral, as afecções podais em bovinos provocam uma série de prejuízos incluindo a diminuição da produção de leite, a perda de peso, descarte prematuro de animais de alta produção e gastos com tratamento veterinário (MARTINS et al., 2002). Existem várias enfermidades que acometem os cascos, com destaque para a Pododermatite Séptica que será o foco deste texto.

O que é a Pododermatite Séptica em bovinos?

A Pododermatite Séptica é uma das diversas doenças podais que afetam os bovinos, considerada como infecciosa, é responsável pela inflamação da região interdigital ocasionada principalmente pelas bactérias do solo Dichelobacter nodosus e Fusobacterium necrophorus, que penetram em pequenas lesões presentes nos pés dos bovinos (FREITAS, 2011). De forma geral, as afecções iniciam-se a partir de ferimentos provocados por pedras, vegetação grosseira ou piso abrasivo, contribuindo para o desequilíbrio do casco.

Os animais apresentam aumento de temperatura na região afetada, edema, inflamação, dor e claudicação, podendo evoluir para a deformação dos cascos (OLIVEIRA et al., 2006). Dentre todas as doenças podais a Pododermatite é a que mais causa perda de peso, queda no desempenho produtivo e infertilidade, o que está muito correlacionado com a dor intensa provocada nos animais acometidos e complicações secundárias (MARTINS et al. 2002 apud STANCK, 2021). Como consequência da doença, o animal pode ter dificuldade de se locomover e de se alimentar, podem ocorrer complicações articulares com a perda de dígitos, além disso o decúbito constante favorece o aparecimento de mastite e escaras, tudo isso podendo resultar no descarte do animal doente.

Controle e Tratamento

Para o controle das afecções podais é importante atentar aos fatores predisponentes, visto isso, oferecer pedilúvio aos animais e realizar casqueamento preventivo periódico é fundamental. É muito importante que sejam aplicadas melhorias nas instalações dos animais confinados, oferecendo camas macias e secas ou pisos emborrachados para amenizar o atrito do casco com o solo. Quanto ao pedilúvio, consiste em um recipiente instalado geralmente em corredores de entrada e de saída da sala de ordenha, contendo solução desinfetante para evitar processos infecciosos no casco.

Por fim, o casqueamento preventivo, que tem como objetivo fazer com que o peso distribuído entre os dígitos dos membros fique equilibrado, sendo ideal a sua realização no período de secagem das vacas ou até mesmo no início da lactação (quando já há desgaste dos cascos pelo piso das instalações) (FERREIRA, 2005). Para tratar as doenças do casco, de modo geral, utiliza-se antimicrobiano parenteral em altas doses diárias, associado a anti-inflamatório não esteroidal.

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Muitos antimicrobianos são eficazes para o tratamento das doenças podais, com destaque para o Ceftiofur que possui bons resultados e não requer descarte do leite (STANCK, 2021). A JA Saúde Animal apresenta o Cetofur, uma associação moderna e inovadora à base de Ceftiofur, da classe das Cefalosporinas de 3ª geração.

Sua formulação ainda conta com o Cetoprofeno, anti-inflamatório não esteroidal que permite a redução da inflamação, da dor e da febre, o que confere maior conforto, sendo muito importante o uso nas doenças podais devido a dor intensa que causa aos animais. O Cetoprofeno tem a vantagem de ser mais seguro do que a maioria dos AINEs, pois apresenta ação moderada nas enzimas COX-1. Por conta de sua alta biodisponibilidade e carência zero, Cetofur permite resolução rápida da enfermidade, aliada com a ausência de prejuízo relacionado ao descarte do leite. Sua administração deve ser feita por via intramuscular, na dose de 1 mL para cada 25 kg de peso vivo, por 3 dias consecutivos, a critério do Médico Veterinário. 

Mais um excelente aliado no tratamento das afecções podais dos bovinos é o Pró-Casco, um impermeabilizante e fixador externo para uso em curativos e ataduras podais, proporcionando maior proteção do casco. Recomenda-se que após a limpeza, desinfecção, secagem da ferida e aplicação da bandagem (atadura) no casco, o curativo seja finalizado com o Pró-Casco. O produto oferece proteção por até 14 dias, apresenta facilidade de aplicação, é bem aderente à atadura e de fácil visualização após a secagem. Para outras informações sobre esses e outros produtos, acesse o nosso site!

Texto: Juliana Ferreira Melo

(Médica Veterinária / Jornalista)

Referências

FERREIRA, M. P. et al. Sistema locomotor dos ruminantes. UFMG, Minas Gerais. Abr. 2005. 40 p.

FREITAS, Andressa Isabel Assis. Pododermatite no gado de leite – Revisão de literatura. PUBVET, Londrina, v.5, n. 30, 2011.

MARTINS, Charles Ferreira et al. Prevalência e classificação das Afecções Podais em vacas lactantes na bacia leiteira de Campo Grande (Capital) e municípios arredores- MS. Ensaios e Ciência, Campo Grande, v. 6, n. 2, p. 113-137, ago. 2002.