Carrapato do bovino

Ectoparasito de grande impacto na pecuária de leite e de corte, o carrapato bovino Rhipicephalus (Boophilus) microplus é responsável por inúmeros prejuízos produtivos, sendo indispensável a realização de um controle estratégico desse parasito. Confira!

Introdução

Conhecido popularmente como carrapato-do-boi, o Rhipicephalus (B.) microplus é amplamente distribuído pelo país, sendo um dos maiores desafios a serem enfrentados pelos pecuaristas nas criações tanto de leite quanto de corte (GARCIA et al., 2019). Esse carrapato é responsável por causar mais de três bilhões de dólares de perdas anuais na bovinocultura brasileira (GRISI et al., 2014). A ingestão de sangue dos bovinos pela fêmea do carrapato pode ter como consequência o comprometimento da produção de carne e leite; a inoculação de toxinas no hospedeiro causando alterações fisiológicas e a transmissão de agentes infecciosos, especialmente o Anaplasma e a Babesia (responsáveis pela Tristeza Parasitária Bovina) (GOMES, 1998).

Ciclo Biológico

No ciclo biológico do carrapato-do-boi, a fêmea ingurgitada se desprende do bovino e procura um local protegido da luz solar direta a fim de realizar sua postura, que dura semanas ou meses (conforme as condições do ambiente). Em seguida, após realizar essa postura a fêmea morre e os ovos eclodem surgindo as larvas que migram para as extremidades das folhas das pastagens, o que facilita o encontro com o hospedeiro (CORDOVES, 1997).

Quando fixada no bovino, a larva se alimenta de linfa e se transforma em ninfa em aproximadamente sete dias, esse período de ninfa segue por mais sete dias, havendo uma nova ecdise e diferenciação sexual. Quando a fêmea chega no estágio adulto ela começa o chamado “repasto sanguíneo” (se alimenta do sangue do animal), realizando a cópula e aumentando o volume sanguíneo ingurgitado até cair no solo. Em contrapartida, o macho permanece no bovino conseguindo sobreviver por um tempo até duas vezes maior em relação às fêmeas (CORDOVES, 1997).

Controle estratégico

O chamado controle estratégico é feito a partir da administração de carrapaticidas na época da primavera, entre os meses de setembro e outubro (períodos de calor e chuva que favorecem a infestação pela primeira geração de carrapatos). O tratamento deve ser mantido por mais 150 dias, geralmente até março, com aplicações a cada 45 a 60 dias. É muito importante que seja feito mesmo quando já não é mais possível visualizar os carrapatos sobre os animais, para que o sucesso seja assegurado. Além disso, é interessante que haja infraestrutura mínima para a administração correta e adequada dos carrapaticidas e que a escolha do produto seja feita de forma assertiva (PEREIRA, et al., 2008).

O uso de compostos químicos sintéticos com atividade acaricida tem o objetivo de interromper o ciclo de vida do carrapato Rhipicephalus (B.) microplus, desde que aplicado corretamente (CORDOVÉS, 1997). Nesse sentido, a administração de drogas ectoparasiticidas mais modernas como o fipronil e o fluazuron para substituir carrapaticidas convencionais no tratamento estratégico é desejável, visto que estes princípios possuem amplo espectro de ação e permitem que haja menor gasto com mão de obra por conta da sua facilidade de aplicação (PEREIRA et al., 2008).

O Fipronil é um acaricida que age bloqueando os canais de cloro, afetando o sistema nervoso e consequentemente causando a morte dos parasitos. Geralmente é encontrado na forma pour-on e apresenta ação sistêmica (SIMON-DELSO et al., 2015). Já o Fluazuron age inibindo a síntese de quitina na cutícula (carapaça) dos carrapatos, o que impede a ecdise e prejudica a eclosão dos ovos. Dentre suas características está sua alta especificidade, baixa toxicidade para os mamíferos e longo período de ação (FURLONG et al. 2007; RETNAKARAM, WHIGHT, 1987).

A JA Saúde Animal compreende diversas opções ectoparasiticidas, com destaque para o novo Duplatak, pour on à base da associação de Fipronil e Fluazuron. Duplatak é indicado para o combate dos principais parasitos externos dos bovinos como por exemplo: carrapatos (Rhipicephalus (Boophilus) microplus), moscas (Haematobia irritans) e bernes (Dermatobia hominis). Duplatak apresenta resultados surpreendentes logo após os primeiros dias após o tratamento.

A ação duradoura (por mais de 50 dias) do Duplatak permite maiores intervalos entre as aplicações, reduzindo manejo e mão de obra. Vale destacar que, o uso combinado de dois antiparasitários de grupos diferentes na fórmula potencializa o efeito e consequentemente reduz o risco de resistência, além de permitir a ação nas três fases do carrapato (diminuindo também a infestação do ambiente).

Duplatak está disponível em duas versões, uma de 1 litro e outra de 5 litros que possibilita o tratamento de 166 animais de aproximadamente 300 kg de peso vivo. Quer eficácia, ação imediata e efeito duradouro no combate ao carrapato do boi? Duplatak é a solução! Mais um lançamento JA Saúde Animal. Para outros detalhes sobre esse e outros produtos acesse o nosso site!

Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

Referências:

CORDOVES, C. O. Carrapato: controle e erradicação. Guaíba, RS: Livraria e Editora Agropecuária, 1997. 130 p.

FURLONG, J.; MARTINS, J.R.; PRATA, M.C.A. O carrapato dos bovinos e a resistência: temos o que comemorar? A Hora Veterinária, v. 27, p. 26-32, 2007

GARCIA, M. V.; RODRIGUES, V. da S.; KOLLER, W. W.; ANDREOTTI, R. Biologia e importância do carrapato Rhipicephalus (Boophilus) microplus. In: ANDREOTTI, Renato; GARCIA, Marcos Valério; KOLLER, Wilson Werner. Carrapatos na cadeia produtiva de bovinos. Brasília: EMBRAPA, 2019. p. 17-28. Disponível em: https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/194263/1/Carrapatos-na-cadeia-produtiva-de-bovinos.pdf. Acesso em: 14 fev. 2023.

GOMES, A. Controle do carrapato do boi:um problema para quem cria raças européias. Embrapa Campo Grande, MS, nº 31. ago 1998.

GRISI, L.; LEITE, R. C.; MARTINS, J. R. S.; BARROS, A. T. M.; ANDREOTTI, R.; CANÇADO, P. H. D.; LEON, A. A. P.; PEREIRA, J. B.; VILLELA, H. S. Reassessment of the potential economic impact of cattle parasites in Brazil. Brazilian Journal of Veterinary Parasitology, v. 23, n. 2, 2014. 150-156 p.

PEREIRA, M.C.; LABRUNA, M.B.; SZABO, M.P.J.; KLAFKE, G.M. Riphicephalus (Boophilus) microplus: Biologia, Controle e Resistência. São Paulo: MedVet, 2008.

RETNAKARAM, A. WHIGHT, J. E. Control of insect pests with benzoylphenyl ureas. In: WHRIGHT, J. E., RETNAKARAN, A. (Eds.), Chitin and Benzoylphenyl Ureas. W. Junk, Boston, p. 205 – 282. 1987.

SIMON-DELSO, N. AMARAL-ROGERS, V.; BELZUNCES, L. P.; BONMATIN, J. M.; CHAGNON, M.; DOWNS, C.; FURLAN, L.; GIBBONS, D. W.; GIORIO, C.; GIROLAMI, V.; GOULSON, D.; KREUTZWEISER, D. P.; KRUPKE, C. H.; LIESS, M.; LONG, E.; McFIELD, M.; MINEAU, P.; MITCHELL, E. A.; MORRISSEY, C. A.; NOOME, D. A.; PISA, L.; SETTELE, J.; STARK, J. D.; TAPPARO, A.; Van DYCK, H.; PRAAGH, J.; Van Der SLUIJS, J. P.; WHITEHORN, P. R.; WIEMERS, M. Systemic insecticides (neonicotinoids and fipronil): trends, uses, mode of action and metabolites. Environmental Science and Pollution Research, v. 22, n. 1, 2015. 5-34 p.

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