Onfalite e Poliartrite em bezerros

A Onfalite, inflamação das estruturas umbilicais é um problema bastante comum em bezerros, podendo acarretar uma série de consequências como por exemplo: a Poliartrite. Confira detalhes a seguir!

 

Introdução

No primeiro mês de vida dos bezerros algumas doenças são comuns, como a Onfalite, que consiste na inflamação das estruturas umbilicais incluindo artérias umbilicais, veia umbilical, úraco ou tecidos adjacentes ao umbigo; e a Poliartite, que é uma infecção bacteriana de uma ou mais articulações, sendo uma consequência da Onfalite. Geralmente, o problema surge pela falta de tratamento do cordão umbilical após o nascimento, o que pode acarretar uma infecção generalizada (SMITH, 2006).

Frequentemente os agentes bacterianos associados à essas enfermidades são: Staphylococcus spp., Streptococcus spp., Actinomyces pyogenes, Escherichia coli e Proteus spp. Além disso, pode ocorrer miíase no umbigo, dificultando ainda mais a cicatrização das estruturas umbilicais. Portanto, é comum haver a queda no desenvolvimento dos animais ou até mesmo a morte, provocando uma série de prejuízos financeiros (RIET-CORREA et al., 2007).

Sinais clínicos e diagnóstico

Os sinais clínicos da Onfalite são: aumento de volume no umbigo com exsudato seroso ou purulento, dor à palpação das estruturas umbilicais, febre, perda de peso, isolamento, além da possível ocorrência de miíases provocando sangramento e demora na cicatrização. Como infecção secundária pode ocorrer a Poliartrite, também conhecida como “caruara” ou “junta inchada”, geralmente entre a 1ª e a 2ª semana de vida.

Animais com Poliartrite apresentam sinais clínicos de depressão, claudicação devido a dor grave nas articulações, calor e aumento de volume das articulações. Animais sobreviventes podem apresentar claudicação crônica, deformação articular e atrofia muscular (RIET-CORREA et al., 2007).

O diagnóstico dessas doenças é feito pela identificação dos sinais clínicos supracitados, podendo ser realizado também na necrópsia.

Controle e profilaxia

Para controle e profilaxia recomenda-se evitar as infecções e as miíases umbilicais, desta forma para o tratamento do umbigo dos recém-nascidos pode ser utilizada a solução de iodada de 7 a 10%. Além disso, para proteção dos bezerros ao nascimento contra as miíases é indicada a aplicação de 0,2 mg/kg de Ivermectina. Essa proteção permanece por 16 a 20 dias e consegue eliminar as larvas com menos de dois dias (RIET-CORREA et al., 2007).

Visando a proteção contra infecções sistêmicas, é importante o uso de antibióticos de longa ação como forma de evitar as onfalites e suas consequências. No caso da Poliartrite por exemplo, quando já está instalada, o tratamento deve ser feito o quanto antes para que as lesões crônicas sejam evitadas. Desta forma, a literatura recomenda a administração parenteral de antimicrobianos como Sulfas, Tetraciclinas ou Penicilina (RIET-CORREA et al., 2007).

Para prevenção da Onfalite e Poliartrite, a JA sugere o uso do Pró-Bezerro, uma formulação exclusiva à base de Penicilina G Benzatina associada a um antiparasitário (Ivermectina), um medicamento com ação metafilática para a prevenção e tratamento das doenças do umbigo e suas consequências durante o 1º mês de vida do bezerro. O medicamento combate a onfalite e a miísase, além de prevenir indiretamente todas as doenças das quais o umbigo é porta de entrada, incluindo a poliartrite. Pró-bezerro é um antibiótico de extralonga ação, oferecendo proteção prolongada ao bezerro por até 28 dias pós aplicação.

 

Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária / Jornalista

Referências

RIET-CORREA et al. Doenças de ruminantes e eqüinos. 3ªed. São Paulo: Editora Varela. 2007. 532p.

 

SMITH, B.P., Tratado de Medicina Interna de Grandes Animais. 3 ed. Barueri, São Paulo: Manole, 369-370p. 2006.

 

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