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Principais verminoses dos ovinos

Entre os principais desafios encontrados pelo produtor na criação de ovinos estão as verminoses. Confira no texto a seguir os principais agentes encontrados e formas de controle e prevenção!

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Introdução

A ovinocultura é uma atividade presente em todo o território nacional, porém com uma concentração maior do rebanho na região do semiárido.

Ou seja, no Brasil, aproximadamente 60% do rebanho ovino está localizado na região Nordeste, onde se encontra 92,5% da área semiárida do país.

De forma geral, a ovinocultura apresenta grande potencial para produzir cada vez mais carne, leite e seus derivados, além de contribuir ainda mais com o setor de calçados e vestuários que utilizam matéria-prima oriunda da pele dos animais (EMBRAPA).

Tendo em vista essa relevância produtiva, é imprescindível que haja o cuidado quanto à saúde dos rebanhos e os principais problemas que acometem esses animais, havendo destaque para a ocorrência das verminoses, doenças causadas por vermes como, por exemplo, os nematódeos.

Principais nematódeos em ovinos

Nesse sentido, dentre os principais nematódeos encontrados parasitando ovinos são: Haemonchus contortus, Trichostrongylus colobriformis, Oesophagostomum columbianum e Strongyloides papillosus, sendo os mais numerosos e os que mais provocam perdas econômicas tanto em número de mortes, quanto no comprometimento produtivo (COSTA, 1980).

No ciclo biológico do H. contortus, por exemplo, o mais importante helminto gastrintestinal de ovinos, as fêmeas adultas depositam ovos no estômago (abomaso) dos animais parasitados, em seguida são eliminados pelas fezes e distribuídos pelo pasto.

Em condições favoráveis de temperatura e umidade os ovos se desenvolvem de 5 a 7 dias e dão origem às larvas infectantes, que são ingeridas pelos ovinos no pasto, fixam-se na mucosa do estômago e em três semanas transformam-se em helmintos adultos e então inicia-se um novo ciclo.

Fatores que influenciam a ocorrência e principais sintomas de verminoses

A ocorrência das verminoses acontece durante todo o ano, sendo mais intensa em períodos chuvosos (especialmente entre os meses de dezembro e maio), além disso, pode ser associada com raças mais sensíveis, com a presença de algumas doenças bem como a Linfadenite (mal do caroço), com a nutrição deficiente e com o uso inadequado de medicamentos (causando resistência dos vermes).

Sobre os principais sintomas dos ovinos acometidos por verminoses destacam-se: diminuição do apetite, diarreia, emagrecimento, pelos arrepiados e sem brilho, anemia e edema de papada (TEIXEIRA et al., 2015).

Controle e prevenção de verminoses

Como formas de controlar e prevenir a contaminação pelas verminoses é recomendado evitar a superpopulação de animais, bem como fazer a limpeza regular das instalações (colocando o esterco nas esterqueiras), manter cochos de água e alimentos sempre limpos e fora da baia, fornecer água e alimentos de qualidade aos animais.

Além disso, escolher capim que possa ser utilizado em pastejo alto (maior que 15 cm, afinal a maioria dos vermes se encontram até 5 cm do solo), alternar o pastejo com plantas nativas, separar animais jovens de adultos na baia e no piquete, e por fim fazer a rotação de piquetes para reduzir a carga parasitária (TEIXEIRA et al., 2015).

Diagnóstico e tratamento de verminoses

Portanto, para o diagnóstico das verminoses em ovinos pode ser realizada periodicamente a contagem de ovos por grama de fezes (OPG), pela qual animais apresentando contagem superior a 1000 ovos/g devem ser tratados.

Nesse contexto, existe também o método Famacha (Figura 1) que avalia o grau de anemia dos ovinos pela coloração da mucosa ocular, ou seja, animais em que a mucosa indica nível de anemia igual ou superior a 3 (aspecto pálido) precisam receber vermífugo (TEIXEIRA et al., 2015).

A partir do Famacha, também pode ser feita a seleção dos animais que farão o OPG, ou seja, recomenda-se a realização do OPG em ovinos com Famacha 3, 4 e 5.

Figura 1 – Utilização do Famacha contra verminoses

Quanto ao tratamento, não é indicada a administração de vermífugos em todo o rebanho, por conta do risco de resistência parasitária, por isso, é mais indicada que a seleção dos ovinos a serem tratados seja feita a partir dos métodos mencionados acima.

Ao passo que em propriedades em que não há essa avaliação individual, preconiza-se a vermifugação de todo o plantel em períodos estratégicos (seca).

Então, recomenda-se vermifugar emergencialmente os animais que estejam apresentando sintomas visíveis como: emagrecimento, anemia, diarreia, papeira, queda na produção de carne ou leite.

Agora, antes de inserir novos animais no rebanho, estes também devem ser tratados de forma tática, incluindo fêmeas 30 dias antes do parto (deve haver precaução com fêmeas no 1º terço da gestação) e animais que vão entrar em estação de monta (TEIXEIRA et al., 2015).

Bem como, outro ponto positivo é que por ser à base de Albendazol micronizado, possui melhor diluição, praticidade e menor risco de sub dosagem, além de apresentar baixo período de carência (2 dias para o leite e 14 dias para a carne) perante a maioria dos concorrentes.   

Eficácia e Segurança

Em suma, para os ovinos recomenda-se o uso de anti-helmínticos de aplicação oral, de amplo espectro de ação à base de Oxfendazol, Febendazol, Albendazol, Levamisol e Avermectinas (GIRÃO et al., 1998).

Contudo, a JA Saúde Animal dispõe dentre várias opções, do Albendathor 10 Oral, um tradicional anti-helmíntico à base de Albendazol a 10%, com alta eficácia contra vermes chatos e redondos, tendo a grande vantagem de eliminar todos os estágios do parasita (ovos, larvas e adultos).

Assim como, a JA Saúde Animal também dispõe da Ivermectina 1%, um endectocida (combate tanto ectoparasitos quanto verminoses), à base de Ivermectina, que apresenta amplo espectro de ação contra os parasitas.

Dentre suas vantagens é possível destacar sua eficácia e segurança na aplicação em animais jovens e adultos e seu ótimo custo-benefício.

Para realizar a melhor escolha para o seu rebanho é muito importante contar com a orientação de um profissional Médico Veterinário.

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Texto:
Juliana Ferreira Melo
Médica Veterinária / Jornalista

Referências

COSTA, C.A.F. Helmintoses de caprinos e ovinos: estigio atual da pesquisa no Nordeste brasileiro. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 1980, Fortaleza, Anais … Brasilia: Colégio Brasileiro de Parasitologia Veterinária EMBRAPA, 1980. p. 41-58

EMBRAPA. Centro de Inteligência e Mercado de Caprinos e Ovinos. Disponível em: https://www.embrapa.br/cim-inteligencia-e-mercado-de-caprinos-e-ovinos/apresentacao#:~:text=No%20Brasil%2C%20cerca%20de%2090,o%20maior%20rebanho%20de%20ovinos. 2022. Acesso em: 01 nov. 2022.

GIRÃO, E.S.; GIRÃO, R.N.; MEDEIROS, L.P. Verminose em ovinos e seu controle. Teresina: Embrapa Meio-Norte, 1998. 19 p. (Embrapa Meio-Norte, Circular Técnica, 19).

TEIXEIRA, Marcel; CALVACANTE, Antonio Cezar Rocha; VIEIRA, Luiz da Silva. Controle das verminoses em caprinos e ovinos. Sobral: Embrapa Caprinos e Ovinos, 2015. 20 p.

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