Sarna contagiosa em cães e gatos

As dermatopatias, doenças de pele, representam aproximadamente 30 a 40% das casuísticas na clínica médica de cães e gatos. Dentre as doenças de pele existentes nesses animais, as de origem parasitária são de grande relevância, não só pela elevada casuística, mas também pelo grande potencial infecciosos para os seres humanos (LACAZ, 1967).

Entre as dermatopatias de origem parasitárias destacam-se as afecções denominadas sarnas, causadas principalmente pelos ácaros das espécies Demodex canis e Sarcoptes scabiei.  A sarna é uma designação de doença na pele do animal, originada por um ácaro, onde ocorre uma inflamação com prurido intenso (coceira) com crostas hemorrágicas, perda de pelos e através da coceira provoca o aparecimento de feridas, promovendo extremo desconforto ao animal (PICCININ et al., 2008).

A sarna sarcóptica não possui predileção por raça, sexo ou idade (BRUM et al., 2007), variando de acordo com as condições climáticas, tipo de criação tendo relação até mesmo ao padrão socioeconômico dos proprietários (LARSSON, 1989). Segundo Bensignor e Carlotti (2000), a essa doença ocorre principalmente, nos cães jovens com idade inferior a um ano de idade, possivelmente pela permanência destes animais em canis de criação e pela sua imunidade frágil.

A doença é altamente contagiosa através do contato físico, geralmente atinge animais mais debilitados sendo que seu período de incubação é de 1-2 semanas no cão (WALL; SHEARER, 2001). Pode ocorrer infestação através do ambiente e objetos, pois os parasitas conseguem sobreviver algumas semanas fora do hospedeiro (GUIMARÃES; TUCCI E BATTESTI, 2001).

O padrão de distribuição da escabiose canina tipicamente envolve as porções ventrais do abdome, tórax e pernas, a doença dissemina-se rapidamente e pode envolver todo o corpo, mas o dorso geralmente é poupado (FOURIE et al., 2007). As escavações causadas pelo ácaro provocam reações inflamatórias, prurido, espessamento da pele, perda de pelos (alopecia), aumento da descamação, e o prurido intenso pode levar a escoriações, hemorragias, e infecções secundárias (WALL; SHEARER, 2001). A escabiose também pode acometer os seres humanos, como já havia mencionado ao longo do trabalho (Figura 8).

O diagnóstico baseia-se, segundo Brum et al (2007), nos sinais clínicos comuns da doença, no contato com o animal infectado, no prurido acentuado em ambientes aquecidos (dentro de casa ou próximo ao fogão), e no tratamento pouco responsivo aos glicocorticoides. Um diagnóstico mais efetivo seria o raspado de pele, sendo indicado raspados múltiplos e profundos.

O enxofre é descrito como um dos principais princípios ativos antiparasitários utilizados em shampoos, que além da sua importante ação acaricida apresenta também ação fungicida e bactericida, sendo utilizado como terapia de eleição para diversas enfermidades dermatológicas (SPINOSA; GÓRNIAK E BERNARDI, 2011)

Como tratamento, é importante o uso de produtos que possuam ação sarnicida, além de ação antisséptica, cicatrizante, antipruriginosa (anti-coceira) e anti-alopécica (evita queda de pelo); A sugestão da J.A Saúde Animal para o tratamento da sarna sarcóptica é o Sabão Medicinal Sarnatyl*, que através de seus 5 princípios ativos, apresenta todas essas importantes características. Com mais de 40 anos no mercado, Sarnatyl, tendo como principal princípio ativo o enxofre, é dos produtos indicados para eliminação das sarnas e consequente alívio do desconforto do animal.

 

Autores:

M.V. Eduardo Henrique de Castro Rezende – Materiais técnicos – J.A Saúde Animal

Prof. Dr. José Abdo Andrade Hellu – Responsável técnico – J.A Saúde Animal

 

*O protocolo de tratamento descrito nesse texto é apenas sugestivo, sendo importante a recomendação do Médico Veterinário.

REFERÊNCIAS:

BENSIGNOR, E.; CARLOTTI, D. N. O que fazer frente a um cão com sarna demodécica. A hora veterinária, ano 20, n.117, p.29-33, set./out., 2000.

BRUM, L. C. et al. Principais dermatoses zoonóticas de cães e gatos. Revista Clínica Veterinária, Ano XII, n.69, julho/agosto, 2007.

FOURIE, L. J. et al. Efficacy of a novel formulation of metaflumizone plus amitraz for the treatment of sarcoptic mange in dogs. ScienceDirect veterinary Parasitology, 150, p. 275- 281, 2007.

GUIMARÃES, J. H.; TUCCI, E. C.; BATTESTI, D. M. B. Ectoparasitos de Importância Veterinária. São Paulo: Plêiade FAPESP. 2001.

LACAZ, Carlos da S. Meteorologia médica in Introdução à geografia médica. São Paulo: 1967.

LARSSON, C. E. Dermatologia Veterinária I. Sarna Sarcóptica. Comunicações Científicas da Faculdade de Medicina veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo, v. 13, n. 1, p. 7-17, 1989.

PICCININ, A.; FERRARI, M. L. O. P.; PRADO M. O.; SPIGOLON, Z. Sarna Sarcóptica em cães. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. Garça/SP, v. 7, n. 10, 2008.

SPINOSA, H. de S.; GÓRNIAK, S. L.; BERNARDI, M. M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.

WALL, R.; SHEARER, D. Veterinary Ectoparasites: Biology, Pathology and Control. Second edition. Blackwell Publishing Limited, Oxford: UK. 2001.

 

Referência da imagem: http://2.bp.blogspot.com/-kidTcmkMNyQ/VW-sU_m0XBI/AAAAAAAAB_0/0rUR_lmu6u8/s1600/shutterstock_5392135.jpg

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