Verminoses em bovinos

As verminoses podem causar vários problemas nos bovinos como: diminuição do apetite, redução da capacidade de absorção de nutrientes e consequentemente queda no desempenho produtivo até a morte. Assim, medidas de controle, prevenção e tratamento são imprescindíveis.

           Segundo dados do IBGE, em 2020 o rebanho bovino no Brasil atingiu a marca de 218,2 milhões de cabeças, o que mostra a expressividade da pecuária no país. Assim, para que os índices produtivos se mantenham em ascensão são necessários cuidados quanto aos problemas que possam afetar os animais, como por exemplo as parasitoses gastrointestinais. Na percepção de muitos pecuaristas o carrapato é o parasito mais importante nos rebanhos brasileiros (DELGADO, 2009). Contudo, estudos apontam os nematódeos gastrintestinais como os maiores responsáveis por ocasionarem perdas econômicas (GRISI et al., 2013).

            Dentre os endoparasitos mais comuns em bovinos estão os nematódeos gastrointestinais, causadores da gastroenterite parasitária dos ruminantes. Suas consequências estão relacionadas com a diminuição do apetite, a redução da capacidade de digestão e absorção dos nutrientes para o crescimento, comprometimento do desempenho reprodutivo e da qualidade da carcaça, prejuízos ao sistema imune e até mesmo a morte.

            Os mais comuns são: Ostertagia spp., Haemonchus spp. e Trichostrongylus axei (que parasitam o abomaso), Cooperia spp. e Strongyloides papillosus (que afetam o intestino delgado) e o Oesophagostomum radiatum (encontrado no intestino grosso).

Ostertagia spp.

               Parasito que afeta o abomaso dos bovinos, sendo o principal causador de gastrite parasitária em ruminantes. Apresenta alta patogenicidade mesmo em cargas parasitárias menores, o que provoca muitas perdas produtivas (VIVEIROS, 2009). Entre os sinais clínicos mais comuns estão: inapetência e perda de peso.

Heamonchus spp.

             Haemonchus spp. é o principal nematódeo que afeta bovinos e ovinos, especialmente em regiões tropicais e subtropicais. São responsáveis por causar grandes danos aos animais, pois são parasitos hematófagos. As consequências mais comuns são: anemia severa, edema submandibular, perda de apetite e redução do ganho de peso (GENNARI et al., 1991). Além disso, alguns estudos revelam que espécies de Haemonchus são resistentes a muitos anti-helmínticos.

Trichostrongylus axei

         É a espécie do gênero Trichostrongylus de maior ocorrência nos bovinos do Brasil, sendo responsável por causar lesões circulares ou em placa na mucosa abomasal. Além disso, podem ser observados hipoalbuminemia e hiperglobulinemia, alterações no ph e aumento das concentrações séricas de pepsinogênio (ROSS et al., 1967).

Cooperia spp

         O gênero Cooperia spp. afeta o intestino delgado de ruminantes, sendo as espécies mais prevalentes nos bovinos a C. oncophora, C. pectinata e a C. punctata. Os sinais clínicos mais frequentes são a redução ou perda de apetite e a queda na taxa de ganho de peso. Animais acometidos por C. punctata e C. pectinata podem apresentar diarreia, edema submandibular e emagrecimento considerável (DURO, 2010).

Strongyloides papilosus

           Strongyloides papilosus é um nematóide que parasita o intestino delgado infectando os animais por penetração ativa das larvas pela via cutânea ou pela ingestão de pastagens contaminadas. Os vermes adultos são delgados, possuindo menos de um centímetro de comprimento e sendo encontrados fixados em túneis no epitélio das vilosidades intestinais (TAYLOR et al., 2010).

Oesophagostomum radiatum

       Parasito do intestino grosso que ao infectar os animais provocam nódulos a partir do encapsulamento de larvas parasitárias com alta resposta inflamatória no tecido do hospedeiro (BOWMAN et al. 2010). Geralmente animais afetados apresentam anorexia, perda de peso, diarreia e anemia.

Controle e prevenção

            Para o controle e prevenção das verminoses é importante levar em consideração a nutrição animal, uma vez que animais bem nutridos possuem melhor resistência imunológica contra parasitos. Além disso, o manejo correto de pastagens é importante, sendo a rotação de pastagens recomendada para diminuir os níveis de contaminação.

Tratamento

          O tratamento estratégico deve ser aplicado, estabelecendo a vermifugação no período seco do ano, época mais adequada para a eliminação de parasitos internos afinal nesse momento os vermes estão concentrados no animal (eles saem do ambiente e vão para os animais). Assim, o tratamento dos afetados diminui consideravelmente os parasitos no ambiente (REHAGRO, 2018).

         As Ivermectinas são recomendadas para o tratamento dessas verminoses uma vez que apresentam baixa hidrossolubilidade e elevada lipossolubilidade, característica que prolonga o tempo de ação do medicamento e contribui para sua distribuição nas mucosas abomasal e intestinal, locais afetados pelas verminoses (CAMPBELL, 1989; SPINOSA et al., 1996; EMEA, 2004).

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Texto:

Juliana Ferreira Melo

Médica Veterinária – JA Saúde Animal

Referências

BOWMAN, D. Parasitologia Veterinária de Georgis. Elsevier Brasil, 2010. 431p.

CAMPBELL, W. C. Ivermectin and abamectin. New York: Verlang, 1989. p.89-112.

DURO, L. S. Parasitismo gastrointestinal em animais da quinta pedagógica dos Olivais. Especial referência aos mamíferos ungulados. Dissertação de Mestrado Integrado em Medicina Veterinária – Universidade Tecnica de Lisboa, Faculdade de Medicina Veterinária, Lisboa. 2010.

DELGADO, F. E. F.; LIMA, W. S.; CUNHA, A. P.; BELLO, A. C. P. P.; DOMINGUES, L. N.; WANDERLEY, R. P. B.; LEITE, P. V. B.; LEITE, R. C. Verminoses dos bovinos: percepção de pecuaristas em Minas Gerais, Brasil. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v. 18, n. 3, p. 29-33, 2009.

EMEA. THE EUROPEAN AGENCY FOR THE EVALUATION OF MEDICINAL PRODUCTS. Veterinary medicines evaluation unit. Disponível em: http://www.emea.eu.int/pdfs/vet/mrls/. Acesso em: 23 jul. 2004.

GENNARI, S. M.; VIEIRA BRESSAN, M. C. R.; ROGERO, J. R.; MacLean, J. M.; DUNCAN, J. L. Pathophysiology of Haemonchus placei infection in calves. Veterinary Parasitology, v. 38, p. 163-172, 1991.

GRISI, L; LEITE, R. C.; MARTINS, J. R. et al. Perdas econômicas potenciais devido ao parasitismo em bovinos no Brasil. Salvador, 21 de novembro de 2013. Palestra magna proferida no 40º Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária.

REHAGRO. Controle estratégico de verminoses em bovinos de corte. Disponível em: http://rehagro.com.br/controle-estrategico-de-verminoses-em-bovinos-de-corte/. Acesso em: 25 abr. 2018.

ROSS, J. G.; PURCELL, D. A.; DOW, C.; TODD, J. R. Experimental infections of calves with Trichostrongylus axei; the course and development of infection and lesions in low level infections. Research in Veterinary Science, v. 8, n. 2, p. 210 – 206, 1967. [resumo]

SPINOSA, H. S.; GÓRNIAK, S.L.; BERNARDI, M.M. Farmacologia aplicada à medicina veterinária. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1996. 545p.

TAYLOR, M. A.; COOP, R. L.; WALL, R. L. Parasitologia Veterinária. 3. Ed. Guanabara-Koogan, 2010. 742p.

VIVEIROS, C. T. Parasitoses gastrintestinais em bovinos na ilha de S. Miguel, Açores – Inquéritos de exploração, resultados laboratoriais e métodos de controlo. 2009. 104 f. Dissertação (Mestrado) – Universidade Técnica de Lisboa – Faculdade de Medicina Veterinária. 2009.

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