Ectoparasitos em bovinos: como controlar?

Carrapatos, moscas e bernes estão entre os principais parasitos responsáveis por comprometer a saúde e o bem-estar dos animais, refletindo em prejuízos produtivos

Introdução

Segundo dados da “Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) 2022”, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o rebanho bovino alcançou recorde de mais de 234 milhões de animais. Esse crescimento de 4,3% em relação ao ano anterior da pesquisa reforça a expressividade da pecuária no Brasil e desperta para a importância do cuidado com a sanidade dos bovinos. Nesse contexto, dentre os principais causadores de doenças estão os ectoparasitos, aqueles que durante a fase parasitária vivem na superfície ou cavidades dos hospedeiros (BUNGENSTAB, 2012).

Vários prejuízos podem ser atribuídos à infestação parasitária como por exemplo: queda na produtividade do leite e da carne, comprometimento da qualidade do couro, atraso no desenvolvimento dos animais acometidos, além de gastos extras com tratamento e mão de obra. Situações mais extremas de infestações podem inclusive culminar na morte dos bovinos (FRAGA et al., 2003). Diante disso, é importante pensar em alternativas para prevenção e controle parasitário no rebanho.

Principais ectoparasitos

Entre os principais ectoparasitos é possível destacar os carrapatos, a mosca-dos-chifres, o berne e a miíase. O carrapato que tem como característica se desenvolver a partir do consumo de sangue e tem seu ciclo completo em 21 dias, com a oviposição de aproximadamente 3000 ovos por cada fêmea. A presença desse ectoparasito pode levar o bovino infestado a apresentar fraqueza, incômodo, lesões no couro, quedas produtivas (leite ou carne), dentre outros prejuízos. Sem contar que também é um agente transmissor de doenças, com destaque para a Tristeza Parasitária Bovina (ARENALES, 2002; CORREA, 1971 apud CARVALHO et al., 2008).

A mosca-dos-chifres (Haematobia irritans) provoca a perda de sangue, inquietação e estresse nos hospedeiros, especialmente por sua ação irritante. Apesar de ser uma mosca pequena, ela tem a capacidade de picar o animal dezenas de vezes, provocando bastante dor no local. Outro ectoparasito importante é o berne, que consiste na fase larval da mosca Dermatobia hominis, capaz de se instalar no tecido subcutâneo do animal (sem haver necessariamente uma ferida). Além disso, destaca-se também a miíase, mais conhecida como bicheira e que nada mais é do que a infestação de larvas da mosca Cochliomya hominivorax, que surge a partir de ovos depositados em feridas. Essas larvas têm a característica de se alimentarem de tecidos circunvizinhos das feridas, fazendo cavidades dentro do corpo do hospedeiro.

Formas de controle e prevenção dos ectoparasitos

É interessante que o controle estratégico de ectoparasitos se inicie antes dos períodos chuvosos, dificultando infestações tanto dos carrapatos, quanto das moscas. É importante que haja infraestrutura mínima para a administração adequada dos ectoparasiticidas, e que a escolha do produto seja feita de forma assertiva (PEREIRA, et al., 2008). Cabe ressaltar que esse controle estratégico envolve questões como o conhecimento das características biológicas do parasito e sua sazonalidade.  

Com relação aos ectoparasiticidas, é desejável a escolha de princípios ativos mais modernos como Fipronil e Fluazuron, visto que possuem amplo espectro de ação e permitem que haja menor gasto com mão de obra por conta da facilidade de aplicação (PEREIRA et al., 2008). Nesse contexto, a JA Saúde Animal possui diversas opções ectoparasiticidas, com destaque para o novo Duplatak, pour on à base da associação de Fipronil e Fluazuron.

Duplatak é indicado para o combate dos principais parasitos externos dos bovinos como por exemplo: carrapatos (Rhipicephalus (Boophilus) microplus), moscas (Haematobia irritans) e bernes (Dermatobia hominis). O produto apresenta resultados surpreendentes logo após os primeiros dias após o tratamento. A ação duradoura (por mais de 50 dias) do Duplatak permite maiores intervalos entre as aplicações, reduzindo manejo e mão de obra.

Vale destacar que, o uso combinado de dois antiparasitários de grupos diferentes na fórmula potencializa o efeito e consequentemente reduz o risco de resistência, além de permitir a ação nas três fases do carrapato (diminuindo também a infestação do ambiente). Duplatak está disponível em duas versões, uma de 1 litro e outra de 5 litros a qual possibilita o tratamento de 166 animais de aproximadamente 300 kg de peso vivo. Para outras informações sobre esse e outros produtos da JA Saúde Animal, acesse o nosso site!

Texto: Juliana Ferreira Melo – Médica Veterinária / Jornalista

Referências Bibliográficas

ARENALES, M. C. Comparando homeopatia veterinária com medicina Convencional no controle de ecto e endoparasitas. São Paulo: [s.n.], 1998. 26p.

BUNGENSTAB, Davi José. Sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta: a produção sustentável. 2 ed. Brasília, DF: Embrapa, 2012.

CARVALHO, Talita Dutra; BORALLI, Igor Camargo; PICCININ, Adriana. Controle de carrapatos em bovinos. Revista Eletrônica de Medicina Veterinária, 2008.

CORRÊA, O. Doenças parasitarias dos animais domésticos. Porto Alegre: Livraria Sulina, 1971. 285 p.

FRAGA, A.B.; ALENCAR, M.M.; FIGUEIREDO, L.A.; RAZOOK, A.G.; CYRILLO, J.N.S.G. Análise de fatores genéticos e ambientais que afetam a infestação e fêmeas bovinas da raça caracu por carrapatos (Boophilus microplus). Revista Brasileira de Zootecnia, v. 32, p. 1578-1586, 2003. (Suplemento 1).

PEREIRA, M.C.; LABRUNA, M.B.; SZABO, M.P.J.; KLAFKE, G.M. Riphicephalus (Boophilus) microplus: Biologia, Controle e Resistência. São Paulo: MedVet, 2008.

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