A pecuária leiteira vem sofrendo constantes transformações, havendo nos últimos anos uma evolução muito grande na genética, nutrição e sanidade animal. Questões relacionadas a doenças e ao bem-estar animal, merecem grande atenção e mesmo havendo constante desenvolvimento de estratégias de controle e prevenção dessas enfermidades, há uma doença que continua sendo altamente relevante na atividade, a mastite (SANTOS e FONSECA, 2007).
A mastite é a patologia de maior impacto na atividade leiteira mundial, afetando diretamente os animais, os pecuaristas, a indústria e o consumidor final. Estima-se que os prejuízos produtivos decorrentes da mastite no Brasil estão na ordem de 12 a 15%, o que significa uma perda de cerca de 4 bilhões de litros de leite por ano (SANTOS e FONSECA, 2007; BROOM e FRASER, 2010).
A mastite é caracterizada como a inflamação da glândula mamária, na maioria das vezes de origem infecciosa, que pode ser classificada de acordo com a sua forma de manifestação em mastite clínica ou subclínica. A forma clínica da doença é aquela na qual é possível o diagnóstico sem a necessidade de exames complementares, ou seja, através da visualização de diversos sinais evidentes de inflamação local, tais como: edema, vermelhidão, dor, aumento da temperatura, endurecimento da glândula e presença de grumos no leite, entre outros. Quanto à forma subclínica, não são observados sinais clínicos visíveis no animal, apenas mudanças na composição do leite, necessitando de exames complementares para a detecção da enfermidade (FONSECA e SANTOS, 2000; CULLOR et al., 1994).
Independentemente do tipo de mastite apresentado pela vaca, o tratamento se faz necessário e é uma das formas mais práticas e efetivas de controle da doença, podendo ser feito na lactação ou no período seco, a depender do agente etiológico. O diagnóstico e tratamento precoce é recomendado, visto que reduz os prejuízos potenciais, além de reestabelecer a produção normal de leite do quarto mamário afetado, com aumento significativo da produção quando comparado a um animal não tratado (BLOWEY, 1986; Domingues; 1993).
Quanto as formas de tratamento, diversos tipos de medicamentos são descritos pela literatura, havendo um consenso entre a maioria dos autores sobre importância do uso de antimicrobianos para combater a infecção do úbere. São várias as formulações disponíveis no mercado destinadas ao tratamento da mastite, podendo ser administradas de forma injetável ou via intramamária. A aplicação local de bisnagas intramamárias é a forma mais comum de tratamento, inclusive com a vantagem de atuar somente no quarto mamário infectado, ausentando de resíduos os quartos restantes (WATANABE, 1999).
Outro ponto altamente relevante na conduta terapêutica para a resolução da mastite é a utilização de anti-inflamatórios, principalmente na indução de analgesia local. A reação inflamatória local, associada a doenças de origem inflamatória, como a mastite, é provavelmente a maior causa de dor em bovinos, afetando diretamente o bem-estar animal. Além do desconforto promovido pela dor, há pesquisas que comprovam o prejuízo que a mesma resulta. Animais com dor diminuem a ingestão de alimentos, o que reflete diretamente em menor produção de leite, também interferindo negativamente na velocidade e qualidade da recuperação do animal (FITZPATRICK, SCOTT e NOLAN, 2006; HELLEBREKERS, 2002).
Os anti-inflamatórios mais utilizados são os não esteroidais (AINEs), que são indicados para aliviar os sinais clínicos sistêmicos e locais da inflamação consequentes a elevação de mediadores inflamatórios. O controle desses mediadores reflete diretamente na resolução da inflamação, da febre e da dor característica das mastites clínicas, principalmente nos casos agudos e super agudos (GAYNOR e MUIR, 2009; FITZPATRICK et al., 2006).
Dentre as drogas anti-inflamatórias atuais, uma das mais potentes é o Diclofenaco de Sódio, um excelente inibidor de tromboxanos e prostaglandinas, principais mediadores da inflamação. A sugestão da J.A é o uso do Diclofenaco J.A, medicamento à base de Diclofenaco de Sódio a 5%, que proporciona alta eficácia anti-inflamatória aliado a um excelente custo benefício.