Mastites em novilhas

Mastite em novilhas

 O retorno financeiro da pecuária leiteira é proveniente principalmente da produção das vacas em lactação. Por outro lado, há a necessidade inevitável e constante de descarte de uma pequena parcela desses animais. Esse descarte ocorre por vários motivos como baixos índices reprodutivos, produção de leite muito inferior à média, senilidade, enfermidades etc. Visto isso, uma categoria destaca-se como peça fundamental para manutenção e reposição do rebanho: as novilhas.

O que muitos não sabem é que, embora as novilhas normalmente pareçam muito saudáveis, podem apresentar mastite, doença muito comum nas vacas em lactação. A presença da mastite nessa categoria geralmente é silenciosa (subclínica), não sendo notada no início da vida produtiva, o que pode significar sérios prejuízos ao produtor, visto que muitas vezes ele só nota a doença meses depois (Babcock, 2002).

A ciência comprova que índices relativamente altos de mastite são comuns em novilhas. Segundo Fox (2009), a prevalência de quartos infectados varia aproximadamente de 29 a 75% no período pré-parto e cerca de 12 a 45% no pós-parto. Já uma pesquisa neozelandesa relatou que 18,5 a 21,5% dos quartos mamários das novilhas estudadas, apresentaram cultura positiva três semanas antes e cinco semanas após o parto (Compton et al., 2007).

Há indícios de que as infecções da glândula mamária nessa categoria prejudicam o desenvolvimento do tecido glandular, interferindo negativamente na diferenciação das células secretoras e, consequentemente, na futura produção de leite da novilha (Trinidad et al., 1990). Além disso, em fazendas em que há realização de monitoramento periódico, pode ser detectado alterações na Contagem de Células Somáticas (CCS), que em algumas situações perduram até o fim da lactação.

Quanto as medidas de prevenção e controle da mastite em novilhas, recomenda-se evitar a mamada cruzada entre bezerras, promover nutrição adequada, melhora da higiene e conforto nas instalações, cuidados com lesões nos tetos e úberes, além de controle de moscas, que por ventura podem contribuir para a transmissão de agentes infecciosos (Vliegher et al. 2012; Nickerson et al. 1995).

Além da profilaxia, é de extrema importância a identificação e tratamento das fêmeas acometidas. Segundo Sampimon et al. (2009), a solução desse tipo de problema é o tratamento antimicrobiano das vacas doentes, sendo evidenciada por Oliver et al. (2003) a utilização de Cloxacilina, que quando administrada nos primeiros 14 dias do período seco, reduz em mais de 60% a prevalência de mastite nas novilhas. O uso do selante intramamário à base de Subnitrato de Bismuto também é indicado, apresentando redução de quase 70% nos casos de mastite clínica nessa faixa etária (Parker et al. 2007).

A sugestão da JA Saúde Animal para o combate e controle da mastite em novilhas é o uso do Intrasec VS, aliado ao SelaTeto. Intrasec VS é um eficaz antimicrobiano intramamário à base de Cloxacilina Benzatina 600 mg, com formulação exclusiva em veículo de liberação lenta, atuando com eficácia por até duas semanas na glândula mamária. Já o Selateto, um selante intramamário à base de Subnitrato de Bismuto, atua como formador de barreira mecânica no esfíncter do teto, impedindo a entrada de novos micro-organismos.

 

Autores:

M.V. Hanna Prochno
Médica Veterinária – JA Saúde Animal

M.V. Eduardo de Castro Rezende
Médico Veterinário – JA Saúde Animal

 Prof. Dr. José Abdo Andrade Hellu
Médico Veterinário e Fundador da JA Saúde Animal

 

Referências:


Babcock. Institute for International Dairy Research and Development, The Lactation and Milking [on line].Wisconsin, EUA. 01 de Outubro de 2002. Disponível na World Wide Web: .

Compton, C., Heuer, C., Parker, K. & McDougall, S. 2007. Epidemiology of mastitis in pasture-grazed peripartum dairy heifers and its effects on productivity. Journal of Dairy Science, 90, 4157-4170.

Fox, L. 2009. Prevalence, incidence and risk factors of heifer mastitis. Veterinary Microbiology, 134, 82-88.

Nickerson, S., Owens, W. & Boddie, R. 1995. Mastitis in dairy heifers: initial studies on prevalence and control. Journal of Dairy Science, 78, 1607-1618.

Oliver, S., Lewis, M., Gillespie, B., Dowlen, H., Jaenicke, E. & Roberts, R. 2003. Prepartum antibiotic treatment of heifers: milk production, milk quality and economic benefit. Journal of Dairy Science, 86, 1187- 1193.

Sampimon, O., Vliegher, S., Barkema, H., Sol, J. & Lam, T. J. 2009. Effect of prepartum dry cow antibiotic treatment in dairy heifers on udder health and milk production. Journal of Dairy Science, 92, 4395-4403.

Trinidad, P., Nickerson, S. & Alley, T. 1990. Prevalence of intramammary infection and teat canal colonization in unbred and primigravid dairy heifers. Journal of Dairy Science, 73, 107-114.

Vliegher, S., Fox, L., Piepers, S., McDougall, S. & Barkema, H. 2012. Invited review: Mastitis in dairy heifers: Nature of the disease, potential impact, prevention, and control. Journal of Dairy Science, 95, 1025-1040.

Você também pode gostar…

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *