O tratamento do prolapso uterino é cirúrgico e deve ser feito o quanto antes por conta do risco de morte oferecido ao animal. Conheça mais detalhes sobre o problema no texto a seguir!
Introdução
Para a manutenção de um sistema produtivo de bovinos é imprescindível que haja eficiência reprodutiva, contudo, alguns problemas secundários ao parto podem afetar a reprodução das vacas. Um deles é o prolapso uterino, que consiste na inversão e exposição do útero através da vagina sendo mais frequente em ruminantes, principalmente nas vacas. Geralmente, ocorre logo após o parto, nas primeiras horas depois da expulsão do feto (SANTOS; ALESSI, 2017). O prolapso pode resultar em congestão, edema, hemorragia, necrose e até mesmo gangrena do útero e da vagina (NASCIMENTO; SANTOS, 2003).
Embora sua etiologia ainda não seja completamente conhecida, algumas causas podem ser relacionadas com a ocorrência do prolapso uterino. A tração forçada do feto durante o parto, a retenção de placenta e a hipocalcemia pós-parto são os principais fatores predisponentes, uma vez que são situações que levam a alterações na tonicidade uterina (NASCIMENTO; SANTOS, 2003). Nos casos de partos distócicos as trações acompanhadas de uma diminuição significativa de fluidos fetais (que contribui para a aderência do útero ao feto) também são fatores mecânicos importantes, além da retirada forçada de fetos enfisematosos (GRUNERT; BIRGEL, 1983; MARTIN, 1985).
Sinais Clínicos
As vacas com prolapso uterino geralmente apresentam os seguintes sinais clínicos: inquietação, anorexia, dor abdominal, taquicardia, taquipneia e tecido prolapsado pela vulva com a exposição do útero (RIZZO et al., 2018). Geralmente é possível identificar as carúnculas e a placenta ainda com cotilédones fetais aderidos no útero que está exposto além da vulva. A exposição do útero pode chegar na altura do jarrete, com o animal em estação (GRUNERT; BIRGEL, 1983).
Por conta do estrangulamento vulvar e do comprometimento da circulação vascular, o útero torna-se edemaciado, além disso a mucosa apresenta coloração arroxeada, com coágulos de sangue que se originam da ruptura de pequenos vasos. Em casos mais graves a ruptura de vasos sanguíneos mais importantes pode ocasionar uma hemorragia fatal, sem contar que tudo isso pode resultar em gangrena quando o útero fica comprimido por muito tempo pela vulva (MARTIN, 1985).
Tratamento
O tratamento do prolapso uterino, que é basicamente cirúrgico, envolve uma série de cuidados principalmente por se tratar de uma emergência, podendo resultar na morte da vaca. Assim, a intervenção médica precisa ser imediata. É recomendado que o útero seja protegido, com o auxílio de um tecido úmido, contra traumas, dessecação e contaminação (PETER, JACKSON, 1995). De forma geral, deve ser feita a preparação do órgão (incluindo a lavagem para a remoção de restos de placenta ou corpos estranhos), a reintrodução na cavidade abdominal e a manutenção da sua localização anatômica, passos que devem ser realizados por um Médico Veterinário (GRUNERT; BIRGEL, 1983). Após o reposicionamento do útero é importante certificar de que não há a presença de nenhuma invaginação interna no órgão e em seguida podem ser feitas as suturas de Buhner e Flessa a fim de evitar recidivas (RIZZO et al., 2018).
Durante todo o procedimento a anestesia peridural é necessária para facilitar a manobra e conferir maior conforto ao animal. Desta forma, a JA Saúde Animal conta com o Bloc, um medicamento inovador, sendo a única associação de Lidocaína (um anestésico local) e Xilazina (um sedativo alfa 2 adrenérgico que potencializa a ação da Lidocaína e promove tranquilização moderada, facilitando os procedimentos ginecológicos ou na região perineal).
Recomenda-se ainda nos casos de prolapso uterino, a terapia de suporte com antimicrobianos e anti-inflamatórios, portanto a JA Saúde Animal apresenta como alternativa o Cetofur, uma associação moderna e inovadora à base de Ceftiofur, da classe das Cefalosporinas de 3ª geração. Sua formulação conta também com o Cetoprofeno, anti-inflamatório não esteroidal que permite a redução da inflamação, da dor e da febre, o que confere maior conforto aos animais. O Cetoprofeno tem a vantagem de ser mais seguro do que a maioria dos AINEs, pois apresenta ação moderada nas enzimas COX-1. Cetofur auxilia na resolução rápida da enfermidade, por conta de sua alta biodisponibilidade e apresenta carência zero no leite (evitando prejuízos relacionados ao descarte). Sua administração deve ser feita por via intramuscular, na dose de 1 mL para cada 25 kg de peso vivo, por 3 dias consecutivos, a critério do Médico Veterinário.
Por fim, é necessário avaliar se há a presença de hipocalcemia e caso o animal se encontre em decúbito ele deve ser imediatamente tratado (REBHUN, 1995). Desta forma, uma ótima alternativa é o Turbo Cálcio, o mais completo suplemento à base de cálcio do mercado, um produto três em um, pois além de ser um excelente repositor mineral, atua como repositor energético e protetor hepático. Além de possuir minerais essenciais como cálcio, fósforo e magnésio em sua formulação, contém o Sorbitol como fonte de energia (sendo um carboidrato de absorção rápida) e a Metionina, um protetor hepático. Sua administração deve ser feita por via intravenosa, utilizando equipo e agulha estéril, na dose de 1mL por kg de peso corpóreo. Acesse o nosso site para mais detalhes sobre esses e outros medicamentos da JA Saúde Animal!
Juliana Ferreira Melo
(Médica Veterinária / Jornalista)
Referências
Grunert, E. e Birgel, E.H., 1982. Puerpério Patológico. In: Obstetrícia Veterinária, 3ª ed., Editora Sulina, Porto Alegre, pp. 227-322.
Martin, E.M. e Alfonso, C.G., 1985. Fisiopatologia de la Reproducion com sus bases Sinopticas, Instituto Experimental de Cirurgia y Reproducion de la Universidad de Zaragoza, Zaragoza, pp. 355-365.
NASCIMENTO, E.F.; SANTOS, R.L. Patologia da reprodução dos animais domésticos. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2. ed. 2003. 137 p.
PETER, GG, JACKSON, M. A. 1995. Prolapse of the utereus. In: Handbook of veterinary obstetrics, W. B. Saunders, pp. 177-179.
REBHUN, W. C., 1995. Reproductive Diseases. In: Diseases of Dairy Cattle, William & Wilkins, pp. 324-326.
RIZZO, Bruna; LINK, Angélica; WEBER, Claudemir; SCHNEIDER, Marla; CATARINA; Alcione Santa; AZEVEDO, Maiara Garcia Blagitz. Prolapso uterino em bovinos – Relato de Caso. Anais do Seminário de Ensino Pesquisa e Extensão UFFS, Chapecó, 2018.
SANTOS, Renato de Lima; ALESSI, Antonio Carlos. Patologia Veterinária. 2. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2017. 856 p.