A Retenção de Placenta consiste em uma falha na expulsão dos anexos fetais pelo útero no pós-parto. Neste artigo, confira detalhes sobre essa condição e como proceder diante desses casos.

Introdução

A fase do pós-parto em vacas requer atenção, principalmente com relação a doenças que podem surgir nesse período. Uma delas é a Retenção de Placenta, que se define como a permanência total ou parcial dos anexos fetais (especialmente a placenta) no útero, por um tempo maior que 12 horas (geralmente entre 12 e 24 horas). Na maior parte dos casos, o quadro representa uma manifestação clínica de alguma doença sistêmica presente, sendo mais comum em bovinos leiteiros do que em bovinos de corte (DAYRELL, 1991).

A Retenção de Placenta impacta diretamente na eficiência produtiva e consequentemente reflete em prejuízos econômicos para os sistemas de produção. Dessa forma, conhecer fatores de risco que possam estar associados é algo importante para traçar medidas preventivas (NOBRE et al., 2012). Cabe ressaltar que as causas da Retenção de Placenta ainda não são totalmente esclarecidas, porém alguns fatores de risco para a ocorrência da enfermidade já são bem reconhecidos como abortamentos, hipocalcemia, partos distócicos, partos gemelares, idade e nutrição inadequada (MULLER E OWENS, 1974 apud NOBRE et al., 2012).

Sinais Clínicos

A presença de envoltórios fetais pendentes na vulva é o sinal clínico mais evidente da Retenção de Placenta, contudo em alguns casos esses envoltórios permanecem dentro do útero, não sendo possível visualizá-los no exame físico (PRESTES; ALVARENGA, 2006). A ocorrência de cólica com a presença de resquícios de anexos (cor acinzentada-amarelada) devido a uma possível putrefação pela vulva, são sinais que também podem ser encontrados. A partir desse quadro, a Retenção pode evoluir para hipertermia, depressão e metrite séptica (HORTA, 1994).

Como proceder?

Em casos de Retenção de Placenta em vacas, é aconselhável fornecer suporte ao organismo do animal. Isso inclui ações fundamentais como a administração de antibióticos para combater possíveis infecções bacterianas, a aplicação de soro glicosado e cálcio, o controle da dor e da febre para garantir que o animal tenha a força necessária para se alimentar e a administração de hormônios para estimular as contrações uterinas.

É importante ressaltar que a tração manual da placenta não é recomendada, a menos que haja circunstâncias excepcionais, como quando os anexos estão soltos (o que é confirmado por exame veterinário). Isso por conta riscos associados a essa tração manual, como hemorragias, septicemia, ruptura e atraso na recuperação uterina. Cuidados de enfermagem podem ser realizados, incluindo o corte de anexos fetais rente à vulva, se estiverem muito expostos, e a lavagem da região do períneo com água e sabão neutro. Em contrapartida, a lavagem uterina não é aconselhável devido ao acúmulo de líquidos no útero, que dificulta sua remoção, bem como à sensibilidade e fragilidade do órgão, que podem resultar em lesões graves ou fatais.

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