Castração em equinos

Ao longo da história da humanidade, o homem observou a relação entre o comportamento sexual agressivo dos animais e a presença dos órgãos genitais, visto a influência dos hormônios oriundos desses órgãos no comportamento. Nos machos a agressividade aflora na puberdade e é reduzida com a castração, que tem como intuito promover maior docilidade e favorecer melhor convívio social (CABRERA, et al. 2004; SILVA, et al. 2006; TURNER & McILWRAITH, 2001).

A castração, também denominada como orquiectomia, também é indicada para uso em animais inférteis, de pouco valor genético, para remover características andrógenas e, em alguns casos, melhorar a performance e conformação. Algumas enfermidades e traumas também exigem a orquiectomia, como neoplasias, lesões traumáticas testiculares, hérnias inguinais, entre outras (SCHUMACHER & TROTTER, 1992; ROSE & RODGSON, 1995).

Infelizmente no Brasil é comum a execução de procedimentos cirúrgicos por pessoas não habilitadas, podendo resultar em diversos prejuízos, como infecções em decorrência a falta de higiene, falhas na hemostasia e em alguns casos até a morte. Portanto, a orquiectomia deve ser realizada necessariamente por um médico veterinário, único profissional habilitado para executar o procedimento e atuar nas eventuais situações emergenciais envolvidas (FRANÇA, 2005).

A castração pode ser feita de 2 formas distintas, com o animal em pé em posição quadrupedal ou em decúbito lateral. Independentemente da forma escolhida, é necessária uma adequada técnica anestésica, antecedida pelo uso de medicação pré-anestésica (MPA), essencial para a tranquilização e sedação do paciente (TURNER & McILWRAITH, 2001; MASSONE, 2003).

Existem diversos sedativos e analgésicos no mercado, sendo amplamente utilizados para realização de testes diagnósticos e procedimentos cirúrgicos em equinos em posição quadrupedal (LeBlanc, 1991). Segundo Motta et al. (2016), uma sedação ideal é aquela que o paciente se manifesta sonolento, respondendo aos estímulos do ambiente, sem movimentação excessiva e com risco controlado (Motta et al., 2016).

Um dos sedativos mais utilizados em grandes animais é o Cloridrato de Detomidina, um agonista α-2 adrenérgico que age no sistema nervoso central, utilizado na sedação, analgesia visceral e como medicação pré-anestésica (Virtanen, 1986). Este é um sedativo eficaz, seguro e indicado para uma infinidade de procedimentos além de castrações.

A sugestão da JA Saúde Animal para a tranquilização de equinos é a utilização do Dettovet. À base de Detomidina 1%, princípio ativo com maior seletividade para os receptores α-2 adrenérgicos, Dettovet permite maior eficácia e segurança com dose reduzida. Além disso, seu tríplice efeito composto por sedação, analgesia e miorrelaxamento é ideal nos procedimentos de castração em equinos, devendo sempre ser aplicado sob indicação e supervisão de um médico veterinário habilitado.

 

 

 

 

 

 

Referências:

CABRERA, L.; COSTA P. E. M.; FONSECA N. Ap. N. Efeito da castração pré-púbere sobre o desenvolvimento corporal de eqüinos. Acta Scientiarum Animal Sciences, v. 26, p. 273-279. 2004.

FRANÇA, Rodrigo Oliveira. OVARIECTOMIA E ORQUIECTOMIA EM EQUINOS: USO DA ABRAÇADEIRA DE NÁILON NA HEMOSTASIA PREVENTIVA EM COMPARAÇÃO AO CATEGUTE E EMASCULADOR. 2005. 76 f. Tese (Doutorado) – Curso de Ciência Animal, Universidade Federal do Goiás, Goiânia, 2005.

Leblanc, P, H. 1991. Chemical restraint for surgery in the standing horse. Veterinary Clinics of North America: Equine Practice. 7(3):521-533.

MASSONE, F. Atlas de anestesiologia veterinária. São Paulo: Roca, 2003, 172 p.

Motta, E., Luglio, M., Delgado, A. F. & Carvalho, W. B. 2016. Importância do uso de protocolos para manejo da analgesia e sedação em unidade de terapia intensiva pediátrica. Revista da Associação de Medicina Brasileira, 62:6.

ROSE, J. R.; HODGSON, D. R. Manual clínico de eqüinos. Cidade do México: Interamericana, 1995, 632 p.

SCHUMACHER, J.: TROTTER, G. W. The reproductive sistem. In: AUER , J.A.; STICK, J. A. Equine Surgery. Philadelphia: Saunders, 1999. cap 56, p. 515 – 539.

SILVA, L. A. F.; FRANÇA, R. O.; VIEIRA, D.; DE SOUZA, V. R.; FRANCO, L. G.; MOURA, M. I.; SILVA, M. A.; TRINDADE, B. R.; COSTA, G. L.; BERNARDES, K. A. M. Emprego da abraçadeira de náilon na orquiectomia em eqüinos. Rio Grande do Sul. Acta Scientiae Veterinariae, v. 34, p. 261-266, 2006.

TURNER, A. S.; McILWRAITH, C. W. Técnicas cirúrgicas em animais de grande porte. São Paulo: Roca, 2002. 341 p.

TURNER, A. S.; McILWRAITH, C. W. Técnicas cirúrgicas em animais de grande porte. São Paulo: Roca, 2002. 341 p.

Virtanen R. 1986. Pharmacology of detomidine and other α2adrenoceptor agonists in the brain. Acta Veterinary Scandinavian, Suppl. 82:35–46.

Você também pode gostar…